Ensinar em condições desfavoráveis e conseguir trabalhar direitos da criança, da inclusão, integrando temas como ciência, tecnologia, música ao desenvolvimento de habilidades entre os estudantes. Conheça alguns dos finalistas do maior prêmio de educação do mundo.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ary Parreiras, escola situada entre quatro favelas na cidade de São Paulo, alunos convivem com ambientes pouco favoráveis: tráfico, pobreza, problemas familiares, falta de saneamento, entre tantos outros. Neste contexto, em geral, os alunos tendem a ter baixa autoestima, e não confiam nas próprias capacidades de aprendizado e desenvolvimento.
A professora de tecnologias Débora Garofalo se empenhou em desenvolver entre os alunos esta confiança, para que possam aprender a criar, pensar e inovar para poder transformar a própria realidade.
Ela desenvolveu com os alunos o projeto “Robótica com sucata promovendo a sustentabilidade”, e conseguiu remover mais de 1 tonelada de lixo nas ruas. Com o projeto que vem realizando nesta escola, a professora foi reconhecida e agora está entre os 10 melhores professores do mundo, e concorre ao Global Teacher Prize 2019. O prêmio é como um “Nobel da Educação”, já que cada ano reconhece professores que desenvolvem trabalhos que se destacam.
O trabalho da professora Débora Garofalo foi selecionado entre mais de 10 mil candidatos que vinham de 179 países. Ela está na lista Top 10, que conta com representantes do Reino Unido, Holanda, Japão, Argentina, Estados Unidos, Quênia, Índia, Geórgia, Austrália e Brasil.
Martin Salvetti, Argentina
O professor Martin Salvetti , da Argentina, desenvolveu um programa de rádio, de cinema e uma banda de música. Entre vários desafios para seguir com os projetos, o programa de rádio conseguiu superar e ganhou uma competição nacional pelo trabalho desenvolvido. Com o prêmio, eles investiram em mais equipamentos para montar uma pequena estação radiofônica na comunidade e se converteram na primeira rádio de uma escola pública com licença para transmitir em zona urbana.
Atualmente, a rádio funciona 24 horas por dia, os 7 dias da semana. O conteúdo da rádio é realizado de modo que os alunos possam aprender e ampliar as oportunidades, e ao mesmo tempo criar informação de valor e de entretenimento para os ouvintes. “Eu vejo a rádio como um instrumento educativo”, afirma o professor.
Andrew Moffat, Reino Unido
O professor Andrew Moffat, da Parkfield Community School, em Birmingham, no Reino Unido, vem se destacando pelo trabalho a favor da equidade e da diversidade na educação. Um dos instrumentos mais usados é o projeto criado por ele, titulado “No Outsiders”, que ensina em várias cidades do país a tolerância às diferentes raças, religiões e culturas.
Na Inglaterra, o número de crimes de ódio vem aumentando desde 2012, com uma taxa de 123%. Na escola em que leciona, a diversidade é também alta, e o trabalho do professor é integrar as diferenças no processo educativo. “Na escola, ensinamos que há muita diversidade e que isso é fantástico”, diz.
Peter Tabichi, Quênia
O professor de matemática e ciências da escola Keriko Mixed Day Secondary School, na Vila Pwani, no Quênia, Peter Tabichi criou um clube que ajuda os alunos a desenvolver projetos de pesquisa. Na escola, 95% dos alunos provêm de famílias pobres, e quase um terço dos alunos são órfãos ou tem apenas um dos pais. Muitos dos alunos têm que andar aproximadamente 7 quilômetros para chegar na escola, em estradas que são inviáveis em épocas de chuva.
Com o projeto desenvolvido, os alunos conseguem levar os trabalhos a competições nacionais, ganhando prêmios de reconhecimento. Atualmente, estão se preparando para participar da Feira Internacional de Ciência e Engenharia 2019 INTEL que acontece no Arizona, nos Estados Unidos. O professor doa 80% do salário para ajudar a pobre da região.
Outros dos dez finalistas que concorrem ao maior prêmio de educação são Daisy Mertens, da Holanda, Didekazu Shoto, do Japão, Melissa Salguero, dos Estados Unidos, Swaroop Rawal, da Índia, Vladimer Apkhazava, da Geórgia e Yasodai Selvakumaran, da Austrália.
O fundador do prêmio, Sunny Varkey, parabenizou os dez finalistas “que destacaram em meio a um enorme número de professores talentosos e dedicados. Eu espero que as histórias deles possam inspirar àqueles que querem ensinar e também dar brilho ao incrível trabalho dos professores em todo o mundo diariamente”.
Os professores que querem continuar aperfeiçoando e aprendendo podem optar aos programas patrocinados pela FUNIBER na área de Formação de Professores, como por exemplo, o Mestrado em Educação.
Fontes:
Meet our Top 10 Finalists for the Global Teacher Prize 2019!
Hugh Jackman announces top 10 finalists for Global Teacher Prize
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