Bons professores deveriam estar em escolas com mais desafios

Estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que escolas em ambientes desfavorecidos deveriam ter melhores professores para compensar desequilíbrio social

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou recentemente o relatório Professores ibero-americanos: insights do Pisa e da Talis, um estudo que traz uma avaliação dos docentes e aponta caminhos para uma melhora no ensino.

Segundo o relatório, é necessário melhorar a qualidade da educação, especialmente entre as classes sociais mais baixas. A medida que muitos países vêm adotando, de aumentar o número de professores nas escolas, não é suficiente para garantir a qualidade pedagógica.

Ao contrário do que ocorre, os melhores professores, com mais experiência e melhor formação, deveriam trabalhar em escolas desfavorecidas, públicas. Desta maneira, os países não compensam a desvantagem entre as classes e não atuam a favor de uma sociedade mais igualitária em oportunidades.

Por exemplo, o relatório aponta que no Brasil, os professores de escolas públicas, que devem passar por um concurso, podem optar pelo local de trabalho, sendo que os mais experientes têm prioridade. Estes professores não recebem nenhum tipo de benefício ou atrativo para escolherem as escolas com mais problemas sociais.

De acordo com a OCDE, o nível socioeconômico dos alunos está relacionado com o desempenho educacional dos centros educativos, indicando que esta associação atua no aprendizado.

O relatório também levanta a possibilidade de que os professores pouco qualificados nestas escolas podem ainda atrapalhar o aprendizado dos estudantes.

Em alguns países ibero-americanos como o Chile, o Peru, a Colômbia e Portugal, o número de alunos nas salas de escolas em regiões desfavoráveis economicamente tende a ser menor, o que neste caso ao menos melhoraria a relação dos alunos com o professor, e facilitaria o processo ensino-aprendizagem.

A OCDE conclui que “colocar os professores mais experientes nas escolas com mais desvantagens pode, portanto, ser uma maneira de compensar pelas desvantagens dos alunos”, afirma. Para que isso possa ocorrer, é necessário criar alguns atrativos, ou um sistema de rotação, como ocorre no Japão, que obrigam os professores a mudarem de escola periodicamente para gerar equilíbrio nos centros educativos.

A FUNIBER patrocina o Mestrado em Educação, para capacitar professores e profissionais que atuam neste setor interessados numa formação continuada.

Fontes:

Alunos socialmente vulneráveis têm direito a um bom professor

Os melhores professores precisam ser atraídos para as escolas mais desafiadoras

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