Como podemos inovar na educação?

Muito se fala em inovação na educação. Mas o que é isso? Como consegui-lo? O professor espanhol Alfredo Corell dá algumas pistas numa emocionante conferência TEDx realizada em Valladolid (Espanha)

Ele pergunta: quais são os ingredientes para inovar? Requer os mesmos elementos que em outros campos? “Pois sim, e não”, diz. “Há elementos comuns que são uma constante em todo o processo inovador. O primeiro, a famosa liberdade de cátedra”.

Muitos docentes aproveitam desta liberdade para não fazer muitas coisas, não buscar alternativas e mudanças no processo de aprendizagem.

O “segundo elemento, alguém que queira mudar, que tenha esta motivação”. São pessoas que querem aprender novos métodos, que têm curiosidade e idealização por melhoras. No atual contexto, é importante conhecer as ferramentas tecnológicas que podem permitir ampliar as fronteiras do processo educativo.

Mas estas pessoas, muitas vezes, “tem que ser capazes de viver num entorno hostil”, diz Corell. Isso porque propõem alternativas desconhecidas e oferecem novas formas de conhecimento à sociedade.

Por fim, conhecer os métodos e técnicas. “Aprendizagem colaborativa, aprendizagem em projetos, gamification, internet, redes sociais, dispositivos e um longo etc.”, afirma.

Mas Alfredo Corell ressalta que sem os alunos, nada disso será inovação. “Para inovar na educação, nos falta um ingrediente que por óbvio esquecemos: os estudantes”. Devem superar o medo ao ridículo, o medo de compartilhar o que aprendem, acreditar que aquilo que estão aprendendo tem valor. “Alguns se apaixonam tanto pelo que aprendem que aprendem também o porquê e para que estão estudando”.

O professor deixa uma mensagem aos professores das universidades que ainda se resistem a mudar, inovar o método de ensino: vocês já conhecem os elementos-chave, agora falta começar. Lembra que a plateia de alunos está esperando.

O professor Alfredo Corell é diretor da área de Formação de Professorado e de Inovação Docente da Universidade de Valladolid, e coordena o projeto de inovação docente “Immunomedia”, que já ganhou prêmios nacionais e internacionais.

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