Um retrato da educação

Relatório Education at a Glance de 2015 revela aumento de desigualdades socioeconômicas

Em setembro de 2015, líderes mundiais se reuniram em Nova York para definir quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para os próximos 15 anos. Durante o encontro, entre os aspectos mais destacados estavam o papel central da educação para o alcance de tais objetivos e a necessidade de oferecer uma educação de qualidade para todos, baseada na inclusão, na equidade e na oferta de oportunidades de aprendizado ao longo da vida.

No entanto, pouco tempo depois da definição de tais objetivos, a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD) publicou um relatório chamado Education at a Glance 2015, em que mostra o aumento das desigualdades socioeconômicas em mercados que valorizam cada vez mais o nível de formação e a aquisição de competências.

Entre as desigualdades citadas no relatório, encontra-se aquela que relaciona a taxa de emprego com a escolaridade:

– adultos com doutorado: 90% de taxa de emprego

– adultos com ensino superior: 80% de taxa de emprego

– adultos com estudos pós-obrigatórios: 70% de taxa de emprego

– adultos com ensino médio: 60% de taxa de emprego

Os salários também variam de acordo com a escolaridade, sendo que os adultos com ensino superior apresentaram um aumento de 10% em apenas um ano, fato que estimula os jovens a se interessarem cada vez mais pela universidade. Do total de jovens entre 25 e 34 anos, 41% concluiu o ensino superior.

O relatório revelou também a desigualdade de gênero no mercado laboral. Indica que para as mulheres é mais difícil conseguir um trabalho e a taxa de desemprego o demonstra: 43% estão desempregadas frente aos 32% dos homens. O salário também é desigual entre os gêneros: as mulheres ganham em média 85% do que recebem os homens e no âmbito universitário esta proporção é de 79%.

Um dos principais elementos identificados como possíveis causadores deste aumento das desigualdades socioeconômicas foi a diminuição do investimento público no setor educativo, que levou à redução de salários, de bolsas e de possibilidades de desenvolvimento profissional para os professores. Neste contexto, os menos beneficiados foram os alunos, que passaram a receber uma educação com menos qualidade e com menos possibilidade de desenvolvimento das competências necessárias para a vida.

Frente a isso, a diminuição das desigualdades deve ser um compromisso de todos aqueles que atuam no setor educativo. Por isso, a FUNIBER recomenda que os alunos da Área de Formação de Professores se envolvam na aplicação da nova agenda educativa, que defende a ampliação do acesso, a inclusão, a equidade, a qualidade e a aquisição de competências em todos os níveis educativos.

Fontes: http://fnbr.es/27l, http://fnbr.es/27m

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