Opiniões FUNIBER: por que participar de corridas populares?

A FUNIBER, como ato comemorativo de seus 20 anos de fundação, participa no próximo dia 5 de novembro da 7ª Corrida Solidária “En marcha por la parálisis cerebral”. O coordenador da área de Esportes, Carlos Lago, em entrevista, falou sobre a importância destes eventos esportivos

Geralmente, pensa-se que as cadeiras de roda podem tornar difícil o percurso de quem espera correr em uma corrida popular. “Não”, é o que defende a Federação Catalã de Paralisia Cerebral (FEPCCAT) que vem organizando, junto à empresa Ipsen Pharma, sete edições de um evento esportivo pensado para integrar pessoas com paralisia cerebral, outras deficiências similares, familiares, amigos e sociedade interessada.

“Em muitas corridas estas pessoas não encontravam o seu lugar. Diziam para elas: já temos um cadeirante, dois seriam muito, porque atrapalhariam”, afirmou a presidenta da FEPCCAT, María Mercè Batle Amorós. O evento serviria, portanto, “para mostrar que realmente cadeirantes e não cadeirantes podem competir, entre todos. E mostrou-se que quem quer correr, corre. Quem quer participar, participa. E não é impedido pelo outro”, explica sobre a iniciativa, nesta entrevista:

Para se unir à causa, a FUNIBER, por meio de seus funcionários da Espanha, participará da corrida que será realizada amanhã, dia 5 de outubro, em Barcelona, como ato de Responsabilidade Social.

O coordenador da área de Esportes da FUNIBER, Carlos Lago, aplaude a iniciativa e convida a que outras empresas para que participem, também, da corrida: “Considero que deveria ser quase uma estratégia obrigatória dentro das empresas. Ter profissionais ativos, saudáveis, esportistas e envolvidos com causas solidárias aumenta o sentimento de pertencimento a uma empresa, e, portanto, certamente que melhora a produtividade das mesmas”, afirma Lago.

Aproveitamos a ocasião para conhecer a opinião do professor sobre as corridas solidárias, como se devem preparar os participantes e quais tipos de eventos há para este estilo. Leia a seguir a entrevista:

 

Em sua opinião, como especialista em treinamento esportivo, por que cresceu o número de eventos em corridas populares?

 O campo esportivo está incentivado pelas tendências. Há alguns anos, as corridas populares iniciaram o seu auge, dado o seu preço barato e a facilidade que existe para sair a correr. Isto, unido às redes sociais, onde cada vez mais gente publica seus marcos de assistir e participar de corridas populares, fez um efeito grande na sociedade, aumentando a motivação das pessoas para que participem destes eventos esportivos.

As corridas populares poderiam ajudar a promover a saúde da população?

 As corridas populares podem e devem ajudar a promover a saúde da população. O problema é o como.

Isto é, as corridas populares devem ser transformadas nos eventos de reunião onde os esportistas e as pessoas ativas se unam para comprovar que o treinamento que têm feito durante um tempo sortiu efeito.

O problema é que, atualmente, a pessoa pensa em participar das corridas populares sem treinar e aí está o problema. Estas corridas exigem um esforço físico, para o qual é preciso de preparo e acompanhamento por um profissional do esporte.

Devemos aproveitar o auge em que se encontra as corridas para incentivar à população em se mover, que se fixem como objetivo participar de uma ou outra corrida e que lhe dediquem tempo para treinar para que cheguem preparados. É ideal que seja realizado em grupos, aumente a adesão à prática esportiva e à experiência em uma corrida sempre será mais enriquecedora se estivermos acompanhados.

O que deve ser levado em conta antes de participar de uma corrida?

 Realizar uma corrida de 5, 10 ou mais quilômetros exige uma preparação física prévia para poder enfrentar o evento com segurança e desfrutá-lo.

Um dos maiores problemas é o efeito dominó que é gerado. Quem não corria, agora quer fazer uma corrida de 10 quilômetros em 2 semanas, quem corria 10 quilômetros, quer participar de uma meia maratona e quem fazia meia maratona, quer participar de maratonas.

Nem todo mundo está preparado para correr. É necessário estar em forma para correr e não correr para ficar em forma. Com isto quero dizer que é preciso treinar e preparar a musculatura para os constantes impactos dos saltos que a corrida provoca. Se uma pessoa for sedentária, tem sobrepeso e quer participar de uma corrida popular, deverá fazer muitas coisas antes de chegar a correr.

Realizar circuitos de força, trabalhar a técnica da corrida, conhecer nossos limites de esforço e fazer um trabalho progressivo com todos estes aspectos, fará que o estado físico da pessoa melhore, sua aptidão seja maior e comece a estar capacitado para aumentar a distância da corrida. Este trabalho leva semanas ou, inclusive, meses em função do ponto de partida e o objetivo ao qual se quer chegar.

Isto é, como os grupos de amigos que se reúnem no domingo para jogar uma “partida de futebol”. Praticar esporte uma vez por semana não é suficiente, deve formar parte de nossa rotina semanal ou, inclusive, diária.

Poderia nos indicar quais tipos de corridas populares são desenvolvidos atualmente?

Considero que atualmente há vários tipos de corridas populares:

  • Corridas tradicionais curtas: de 5 e 10km. Estão servindo para que famílias e grupos de amigos que têm pouca prática esportiva se animem para enfrentar desafios curtos, pois as corridas de 5 km costumam estar destinadas a fazer caminhando ou correndo. É comum ver nestes eventos famílias com carrinhos de bebê, cães, idosos, etc. É um reflexo de que a sociedade atual deseja mover, quando está motivada para isso.
  • Corridas tradicionais de meia e longa distância: meia maratona e maratona. Cresceu o número de meias maratonas que estão sendo organizadas e realizadas. De fato, muitas corridas que tinham deixado de celebrar por baixa participação, retomaram sua organização nos últimos anos. Este é o grupo de corridas onde se deve ter mais cuidado, já que aponta muita gente que não está preparada para terminar uma meia maratona ou maratona “com dignidade”, isto é, desfrutando da corrida sem sofrimento excessivo.
  • Trails de montanha: corridas curtas, meias ou longas que são realizadas pela montanha. Normalmente em áreas ou paisagens naturais com boas vistas, que costumam consistir em subir uma ou duas montanhas, por caminhos de terra ou pedras, entre florestas, etc. Exigem uma preparação técnica elevada, já que há encostas íngremes que, tanto para subir como descer, é preciso saber para enfrentar com o menor risco para as articulações. Costumam ir acompanhadas de um ambiente festivo e com atividades paralelas para que vão famílias inteiras a desfrutar de do evento.
  • Corridas de ultradistância: sem dúvida, um dos booms dos últimos anos. Cada vez é mais comum conhecer pessoas que enfrentam um desafio de correr 60, 80 ou 100 km. São números altos, que exigem preparação de meses e, inclusive, de anos.

Todos estes são exemplos de corridas em função da distância principalmente. Não obstante, pode-se fazer uma classificação de outro tipo de corridas que estão surgindo, também como estratégias para incentivar a participação ativa da população:

  • Corridas empresariais: eventos, normalmente por cidade, de 5 a 10 km, em que as empresas incentivam os seus funcionários a participarem, em nome deles. Têm um papel fundamental já que estão motivando para que empresas, de maior ou menor tamanho, promovem estratégias de vida ativa entre seus trabalhadores, inclusive, grupos de corredores.
  • Corridas solidárias: sem dúvida, as que maior futuro têm. Cada vez mais, os organizadores de corridas populares estão tentando relacionar seus eventos a uma causa solidária. Isto, da mesma forma que as corridas empresariais, aumentam a motivação da pessoa a participar. É a melhor forma que pode ter a sociedade para contribuir às causas solidárias, por meio do movimento. As temáticas destas corridas solidárias são muito diversa e, sem dúvida, continuarão proliferando em nosso ambiente para conseguir uma sociedade mais responsável, colaborativa e ativa.

Você considera a participação em uma corrida solidária como uma estratégia de responsabilidade social para empresas?

Obviamente. Eu considero que deveria ser quase uma estratégia obrigatória dentro das empresas. Ter trabalhadores ativos, saudáveis, esportistas e envolvidos com causas solidárias aumenta o sentimento de pertencimento a uma empresa, e, portanto, certamente que melhora a produtividade das mesmas. As empresas deveriam ter a obrigação de contribuir para tornar a sociedade em que vivemos melhor. Além disso, que a marca de uma empresa seja difundida e seja participativa de uma corrida solidária, contribuindo com um valor incalculável à sua marca, seja qual for o setor ao qual pertença.

Portanto, considero muito positivo que as empresas incentivem os seus trabalhadores para que participem de corridas solidárias, levando a marca da mesma, mas também facilitando estratégias para poder treinar com profissionais do esporte e preparar-se para os eventos mencionados.

Trabalhador ativo, trabalhador comprometido, trabalhador mais envolvido.

 

Mais informações: FUNIBER España participa en carrera solidaria

7ª CARRERA SOLIDARIA EN MARCHA POR LA PARÁLISIS CEREBRAL