Estudo não encontra precisão de dispositivos, como pulseiras e relógios inteligentes, para medir a frequência cardíaca durante os exercícios físicos
O mercado apresenta a cada ano novos dispositivos que podem ser úteis na prática esportiva e se transformam em tendências de consumo. No caso dos relógios inteligentes, ou pulseiras que medem a frequência cardíaca durante a prática da atividade física, muitos já a levam enquanto correm ou praticam atividades físicas aeróbicas.
Um estudo recente, realizado por pesquisadores do Instituto do Coração e Vascular da Clínica Cleveland, encontrou que as pulseiras não dão valores precisos sobre a frequência cardíaca. “Todas funcionam bem em repouso”, comentou o Dr. Marc Gillinov, que dirigiu o experimento. “Porém, quando a gente fazia o exercício, a precisão diminuía”.
Foram avaliadas quatro marcas de pulseiras, e uma de elas já não é fabricada por ter provocado casos de queimaduras ou bolhas na pele. As descobertas do estudo coincidem com outros relatórios desestimulantes sobre os produtos. A revista The Lancet Diabetes & Endocrinology já havia comunicado um estudo que indicava a falha dos monitores de atividade, incluindo um da marca Fitbit, que não conseguiam aumentar os níveis de atividade de maneira suficiente como indicativo para a saúde.
Os dados, no entanto, vão em contramão das tendências dos consumidores. A mesma equipe de pesquisadores da Clínica de Cleveland revelou que os pacientes cardíacos confiavam nos monitores de pulseira para medir a própria frequência cardíaca e controlar o exercício.
Nos estudos na área de Esportes da FUNIBER, ressalta-se a necessidade de estudos científicos para comprovar a eficácia de novas ferramentas, técnicas e métodos para a prática de exercícios físicos. Estes estudos são importantes para garantir o cuidado com a saúde da população.
O professor assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de Pensilvania (Estados Unidos), Dr. Mitesh Patel, avalia o impacto dos novos dispositivos tecnológicos e conclui que “para o consumidor médio, os instrumentos portáteis poderiam seguir oferecendo uma ideia geral das tendências da frequência cardíaca de cada pessoa”.
Mas entre os que pesquisam, “é importante sempre analisar quais são os dispositivos mais fiáveis para o uso na atenção clínica”, afirmou.
Fonte: healthfinder.gov