A empresa WhatsApp, de propriedade do Facebook, descobriu e reportou recentemente uma vulnerabilidade em seu sistema que permitia que hackers instalassem um software espião “spyware” em alguns telefones, sendo possível o acesso de dados armazenados nos dispositivos
A empresa confirmou em comunicado que o ataque detectado este mês foi orquestrado por um autor cibernético avançado com a intenção de espionar dispositivos móveis de um número seleto de usuários.
De acordo com o jornal britânico Financial Times, o ataque de espionagem é semelhante à tecnologia usada pela empresa de segurança israelense NSO Group, que levou o WhatsApp a colocá-lo como o principal suspeito por trás do programa de espionagem.
Como precaução, a empresa WhatsApp alertou os usuários com a recomendação de atualizar o aplicativo para evitar possíveis riscos de espionagem.
Segundo os especialistas, a falha se espalhou por meio de chamadas telefônicas pelo aplicativo. O software malicioso é instalado automaticamente no dispositivo sem a necessidade de receber a chamada.
Em muitos casos, a chamada desapareceu mais tarde do histórico do dispositivo, de modo que, se ele não tivesse visto a chamada entrar em seu momento, o usuário afetado não suspeitaria de nada.
De acordo com as declarações da empresa à BBC, sua equipe de investigação interna detectou o problema e foi diretamente denunciada aos grupos de direitos humanos, provedores de segurança cibernética e ao Departamento de Justiça dos EUA.
Em sua defesa, a NSO declarou em uma declaração que eles são “uma empresa tecnológica registrada e autorizada por agências governamentais com o único objetivo de combater o crime e o terrorismo”. A empresa assegura que sob nenhuma circunstância a NSO opera para a identificação de objetivos e que seus serviços estejam disponíveis exclusivamente para as agências de inteligência.
De acordo com dados fornecidos pelo WhatsApp, o número de vítimas afetadas pela ameaça de espionagem ainda é desconhecido, mas eles dizem que o alvo era um seleto grupo de usuários. Além disso, o “spyware” foi capaz de infectar telefones com o sistema operacional Apple (iOS) ou Google (Android).
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