A riqueza da Floresta Amazônica em tecnologia

Cientistas dos Estados Unidos defendem exploração da Floresta Amazônica para novas invenções tecnológicas que poderão oferecer valor agregado à economia local

A Floresta Amazônica será o próximo centro de inovações do mundo, diz Juan Carlos Castilla-Rubio, presidente do conselho da Space Time Ventures, incubadora de start-ups de tecnologia. A região servirá de laboratório para conhecer como as plantas e os animais criam mecanismos para perceber e experimentar o meio ambiente. Com esta informação, muitas tecnologias poderão ser desenvolvidas no futuro.

Mais que prever o futuro, esta é de fato uma proposta que parte de cientistas num estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences“, nos Estados Unidos. O principal autor do estudo, o climatologista Carlos Nobre, afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que as análises realizadas “mostraram que, se continuarmos com os dois modelos de desenvolvimento historicamente usados, que são a conservação pura da floresta e a atividade agropecuária, o desmatamento vai continuar”.

Atualmente, a expansão da agropecuária e o desmatamento ilegal já destruíram 20% da floresta. Segundo estudos sobre climatologia, se mais de 40% da floresta for destruída, a mata dificilmente conseguirá se recuperar e poderá se transformar numa savana.

Conservação, invenção e patentes

Porém, há muito debate sobre uma possível exploração da Amazônia. Entre as principais questões, estará o uso de recursos em território transnacional, a repartição de benefícios com as aplicações das descobertas, as patentes para empresas internacionais que detêm infraestrutura tecnológica, as comunidades indígenas que habitam o território, entre outras.

Para Castilla-Rubio, ainda não se sabe como isso vai acontecer, “é um tema que vai durar 20 anos ou mais. Mas sabemos que a capacidade e o conhecimento local precisam ser reforçados, e muito”, comentou.

A pesquisadora Nurit Bensusan, especialista em biodiversidade do Instituto Socioambiental (ISA), lembra que “é preciso fazer um reconhecimento do importante papel que desempenham (os conhecimentos tradicionais), não só identificando determinados princípios, mas também usando plantas e animais para processos de cura e cosméticos, fazendo a distribuição espacial de muitas espécies, e o manejo”, avalia.

Neste contexto, os cientistas terão que aprender com as comunidades indígenas e transformar o conhecimento tradicional em tecnologia. Na FUNIBER, os estudos na área de TI oferecem aos profissionais informação sobre os avanços no setor tecnológico, e conhecimento para a gestão das empresas diante das novas transformações.

Fonte: http://fnbr.es/3vp

Estudo: PNAS

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