O envelhecimento é um processo natural, no entanto, o estilo de vida e as escolhas alimentares influenciam este processo. Um estudo recente da equipa de investigação do Twin Nutrition Study revelou descobertas interessantes sobre o impacto das dietas vegana e omnívora no envelhecimento a nível epigenético.
A forma como nos alimentamos tem um impacto significativo no sistema biológico, e cada vez mais se descobre como os genes interagem com o ambiente e os factores dietéticos, influenciando assim o processo de envelhecimento. A investigação intitulada “Unveiling the epigenetic impact of vegan vs. omnivorous diets on aging: insights from the Twins Nutrition Study (TwiNS)” centra-se nas alterações epigenéticas, que são modificações químicas no ADN que não alteram a sequência genética propriamente dita, mas que têm um impacto na expressão genética e no funcionamento do organismo.
Como foi realizado o estudo?
Durante oito semanas, os investigadores testaram um conjunto de gémeos, em que um seguia uma dieta totalmente à base de plantas (vegan) e o outro uma dieta omnívora saudável. Através da análise da metilação do ADN, os cientistas conseguiram medir a aceleração epigenética, ou seja, identificar se o corpo estava a envelhecer mais depressa ou mais devagar do que o esperado. Para isso, utilizaram diferentes indicadores relacionados com a idade, o envelhecimento celular e o prognóstico de diferentes doenças.
Efeitos da dieta vegana na epigenética
Os resultados foram surpreendentes. O grupo que seguiu uma dieta vegana registou uma diminuição significativa da aceleração epigenética global, o que indica um efeito “anti-envelhecimento” relacionado com as dietas à base de plantas. Além disso, foram observados efeitos específicos da dieta em indicadores específicos, tais como reduções significativas em processos patológicos chave, incluindo inflamação, funcionamento cardíaco, sistemas hormonais, fígado e metabolismo. Isto confirma que as dietas veganas e à base de plantas estão associadas a um menor risco de doença cardiovascular, menor risco de doença hepática gordurosa, melhor controle glicêmico, entre outros.
Efeitos da dieta omnívora na epigenética
No grupo de gémeos que seguiram uma dieta omnívora, observou-se um aumento significativo de triptofano e serotonina, neurotransmissores relacionados com o humor e outras funções mediadas pela serotonina, o que poderá estar relacionado com o consumo de proteína animal na dieta omnívora. A adenosina, um nucleósido que promove o sono e reduz a ansiedade, também aumentou, indicando possíveis alterações no metabolismo endógeno. Por outro lado, o fosfato de colina e o ácido indolbutírico apresentaram aumentos, refletindo alterações no metabolismo microbiano intestinal. Estes resultados sublinham a complexa interação entre a dieta omnívora e vários marcadores epigenéticos relacionados com os neurotransmissores, o metabolismo lipídico e os processos metabólicos assistidos pela microflora intestinal.
Expressão gênica diferente
As duas dietas tiveram um impacto diferencial na expressão dos genes relacionados com estes domínios. A dieta vegana pode influenciar as vias associadas à comunicação celular, aos mecanismos neuroprotetores e ao desenvolvimento. Por outro lado, a hipermetilação nos onívoros está relacionada com a regulação do ciclo celular, o imprinting genómico, o transporte citosólico de iões de cálcio e a resposta celular ao álcool. Por outras palavras, a dieta onívora pode prejudicar as vias de divisão celular, a regulação dos genes, a sinalização celular e as respostas aos estímulos ambientais.
Importância de uma abordagem a longo prazo
Embora este estudo constitua um grande passo em frente na compreensão da relação entre a alimentação e o processo de envelhecimento, é importante notar que foi de curta duração e realizado em gémeos. Além disso, menciona a importância de uma suplementação adequada de nutrientes quando se segue uma dieta vegana a longo prazo. Para tal, será necessária investigação futura para esclarecer os efeitos a longo prazo das dietas vegana e omnívora na saúde epigenética e no envelhecimento em geral.
Este facto realça ainda mais a importância de escolhas alimentares saudáveis para o bem-estar a longo prazo. A nutrição desempenha um papel crucial na saúde, e compreender como as escolhas alimentares afetam o material genético pode fazer toda a diferença para um envelhecimento saudável.
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