Menos da metade dos tuites sobre o início da pandemia eram de confiança

Desde que começou a pandemia, além da luta contra o contágio, as políticas sanitárias viram a necessidade de combater também a desinformação.

Para conseguir que as ações fossem efetivas, foi necessário criar com especialistas estratégias de comunicação para esclarecer melhor a população sobre o vírus, a transmissão e as formas de proteção individual e social.

De acordo com o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom, “as infodemias são excessos de informação, alguma rigorosa e outra não, que faz que para as pessoas seja difícil encontrar recursos fidedignos e um guia de confiança quando necessitam”, explicou.

Um estudo recente, publicado na revista Nature, realizado por pesquisadores italianos, analisaram o risco da infodemia nos meses prévios ao dia 11 de março, data oficial em que se declarou a pandemia pela OMS.

Eles recopilaram 112,6 milhões de tuites, publicados desde o dia 22 de janeiro de 2020 até o dia 10 de março deste ano, analisando as palavras-chave e hashtags utilizadas. Também analisaram o nível de credibilidade das mensagens, a partir de parâmetros variados como são o uso de fontes, o tipo de página de internet, a verificação da informação, entre outros. Depois de eliminar da mostra os links duplicados ou com erro, eles tiveram como um grupo de 3.892 tuites para analisar. Destes, apenas 1.434 eram de confiança.

Porém, a medida que o número de contágio foi aumentando, a informação mais confiável também ficou mais dominante e o conteúdo de Twitter foi direcionando mais às fontes de confiança.

Um dos autores do estudo, Manlio de Domenico, acredita que, ao analisar no contexto italiano este fenômeno, “a repentina consciência de que uma doença potencialmente mortal e desconhecida chegou ao nosso território foi uma boa razão para mudar a uma informação confiável”.

Porém, as infodemias podem variar dependendo dos países. Eles analisaram que há países com maiores riscos de infodemia, e que nestes casos, necessitam mais ação governamental para aplicar estratégias de comunicação rápidas.

afirmou que apesar de organizações internacionais como a OMS e a ONU investirem na comunicação, os governos nacionais falham nas ações escassas e pouco eficazes para evitar este problema.

A FUNIBER promove estudos na área de Saúde Pública, como a Especialização em Comunicação e Marketing Digital em Saúde e o Mestrado em Promoção da Saúde e da Saúde Comunitária

Fonte: Evolución de la infodemia en los primeros meses de la covid-19

Estudo: Assessing the risks of ‘infodemics’ in response to COVID-19 epidemics

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