Especialista em medicina tropical, Paulo Ferrinho, afirma que doenças como a malária e a cólera podem ser grandes ameaças à saúde pública
O ciclone que assolou Moçambique, Zimbábue e Malaui, além de causar a morte de centenas de pessoas, danos físicos e materiais, pode ainda afetar a saúde pública. Segundo o diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Paulo Ferrinho, a população moçambicana poderá sofrer com a ameaça de novos casos de malária e cólera.
Em entrevista para a agência de notícias Lusa, em Lisboa, ele afirmou que o país terá que recuperar o funcionamento dos serviços de saúde, nas comunicações ou no fornecimento de água potável.
Com estes problemas, possivelmente vai faltar comida, haverá casos de diarreias infantis, mulheres grávidas sem acesso a partos seguros, entre outros problemas de saúde. “O colapso do sistema social é talvez a maior tragédia que os moçambicanos terão que enfrentar”, afirmou.
Ele explica que agora, as organizações humanitárias terão que se esforçar por fornecer cuidados básicos de saúde, além de provisão de água, comida e tratamentos urgentes. Mas segundo Paulo Ferrinho, será necessária uma reconstrução de todo o sistema social e de saúde das cidades atingidas. Ele estima que este trabalho pode levar entre dois e três anos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está preparando-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas. A organização afirmou que moblilizou 40 milhões de dólares americanos para implementar o Plano Nacional de Resposta de Emergência, na área de saúde, nas zonas afetadas pelo ciclone Idai.
Djamila Cabral, representante da OMS em Moçambique, afirma que a organização vai ajudar as autoridades moçambicanas na coordenação do Plano, para garantir que toda a ajuda que chega, humana e material, na área da saúde, seja aplicada.
O objetivo fundamental do programa de Mestrado em Saúde Pública, patrocinado pela FUNIBER, é formar especialistas procedentes do amplo campo de ação da Saúde Pública, para que possam enfrentar, a partir de diversas perspectivas, os problemas de saúde da população por meio de intervenções de promoção, proteção e restauração da saúde comunitária.
Fonte: Idai: Malária e cólera são as grandes ameaças de saúde – IHMT
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