Estudos mostram benefícios do leite materno para a saúde da mãe e do bebê. Estudo publicado recentemente mostra associação entre amamentação e um risco menor de sofrer esclerose múltipla
Nesta semana, entre os dias 1 e 7 de agosto, celebra-se a Semana Mundial da Amamentação Materna. Mais de 170 países se unem à celebração criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNICEF para proteger, promover e respaldar a amamentação materna.
Recomendada de maneira exclusiva até os seis meses de vida, e de maneira complementar aos alimentos até os dois anos de idade, estudos de diversas partes mostram e reafirmam a importância da amamentação para a saúde dos bebês.
Estudos recentes também demonstraram que as mães também ganham ao amamentar os filhos. Por exemplo, um estudo publicado na revista Neurology, demonstrou que as mulheres que amamentaram durante um período superior a 15 meses demonstraram um risco 53% menor de desenvolver esclerose múltipla.
Esta descoberta se soma a outros benefícios associados à amamentação: menores níveis de colesterol, pressão arterial e açúcar no sangue depois da gravidez, além de menor risco de sofrer um infarto e um derrame ao longo da vida.
No caso da esclerose, a pesquisadora Annette Langer-Gould, uma das autoras do estudo, afirma que “distintos especialistas vêm sugerido que os níveis de hormônios sexuais são responsáveis destes benefícios. Entretanto, nossa hipótese é que a falta de ovulação também pode jogar um papel, pelo que queríamos ver si uma maior duração da amamentação ou menor número total de ovulação se associa a um menor risco de esclerose múltipla”.
Apesar da associação entre a amamentação e menores riscos de sofrer de esclerose múltipla, as relações causais não foram determinadas e não se sabe com certeza se o aleitamento é o principal responsável por reduzir o risco de sofrer a doença.
Dados da OMS sobre amamentação
De acordo com a Convenção sobre os direitos da Criança, a OMS destaca que todos os lactantes e crianças têm direito a uma boa nutrição. Atualmente, no mundo, aproximadamente 40% dos lactantes de 0 a 6 meses se alimentam de forma exclusiva com o leite materno.
A OMS destaca também que se todas as crianças, de 0 a 23 meses, estivessem amamentados de maneira adequada, cada ano se salvaria a vida de mais de 820 mil crianças com menos de 5 anos.
“A amamentação é um dos investimentos mais eficazes e rentáveis que as nações podem fazer na saúde de seus membros mais jovens e na futura saúde de suas economias e sociedades”, afirmou o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake. “Ao não investir na amamentação, estamos falhando com as mães e seus bebês – e pagando um preço duplo: em vidas perdidas e em oportunidades perdidas”.
Os dados apontam também relações da amamentação com o controle de peso, o desenvolvimento intelectual e social, e a prevenção de doenças entre as crianças.
A FUNIBER, através dos programas na área de Nutrição e Saúde, patrocina a capacitação de profissionais que possam acompanhar e orientar a população sobre os benefícios de uma correta alimentação infantil.
Fontes: La lactancia materna también protege a las madres frente a la esclerosis múltiple
Alimentación del lactante y del niño pequeño
Estudo original:
Breastfeeding, ovulatory years, and risk of multiple sclerosis
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