Dissertação: Oficina nutricional para melhorar alimentação de trabalhadores no México

A obesidade é um grande problema a nível mundial. Para fazer frente ao aumento de peso das pessoas é necessário conhecer seus costumes e aplicar estratégias que permitam modificar os hábitos alimentares dos indivíduos, de forma que possam melhorar seu estado de saúde. Miguel Angel Espinoza Dorantes desenvolveu, como projeto final para obtenção do grau de Mestre Internacional em Nutrição e Dietética pela FUNIBER, a avaliação dos efeitos de uma oficina nutricional aplicada a trabalhadores no México, a fim de identificar as mudanças nos hábitos de alimentação para obter uma melhor nutrição. A seguir apresentaremos os resultados da pesquisa realizada.

Espinoza indica que no México 64,4% da população masculina e 73% da população feminina sofrem de sobrepeso ou obesidade. De acordo com os índices de 2011, no México, ocorreram mais de 250 mil mortes relacionadas a doenças do coração, diabetes ou tumores malignos, doenças que teriam como ponto de partida a obesidade.

O documento apresentado por Espinoza indica que, no Estado de Iucatã, fazer um lanche no meio da amanhã é um costume comum, embora os trabalhadores reconheçam que os alimentos que consomem “engordam, são pesados e prejudicam a saúde”, mas o ritual tem um componente afetivo que é difícil que modifique este hábito. Além disso, na hora do almoço, as pessoas contam com pouco tempo para ingerir alimentos e optam por comprar fastfood ou comida feita em lugares próximos ao local de trabalho. Os homens costumam comer omeletes ou pão para aliviar a fome e mais tarde comer em suas casas em grande quantidade. Iucatã é o segundo lugar no México em registro de casos de obesidade.

Para desenvolver sua pesquisa, Espinoza sugeriu ministrar oficinas nutricionais para ajudar a população a adotar hábitos saudáveis e para que mais pessoas adotem dietas equilibradas para reduzir a incidência da obesidade, selecionando para a experiência trabalhadores do setor administrativo do Grupo Megamedia. O estudo se realizou aplicando testes antes e depois da intervenção, medindo os conhecimentos sobre saúde, alimentação, nutrição e a atitude das pessoas para a comida e os hábitos alimentares dos participantes.

Participaram das oficinas 30 pessoas, chefes de algumas das áreas administrativas do Grupo Megamedia. Realizaram-se doze sessões, quatro por mês, nas quais se abordaram temas como educação nutricional, doenças degenerativas, obesidade, atividade física, estresse trabalhista, psicologia da obesidade, preparação de alimentos, entre outros temas relacionados.

Depois dos três meses de intervenção, a porcentagem de pessoas que consumiam verduras e frutas por serem saudáveis e por suas características positivas aumentou de 60% para 86,7%. Para o café da manhã, 80% dos trabalhadores preferiam guloseimas ou salgadinhos antes das reuniões. Depois da experiência, reduziu-se esta porcentagem para 40% e se aumentou o consumo de frutas e verduras de 6,67% para 30%. Além disso, aumentou-se o número de pessoas que tomavam o café da manhã de forma saudável, inicialmente de 10% para 43,33% depois das oficinas.

O consumo de bebidas açucaradas com frequência diária se reduziu depois das reuniões, de 73,3% para 40%, enquanto que a quantidade de pessoas que afirmaram realizar atividade física aumentou de 16,7% para 46,7%. Entretanto, os empregados indicaram que continuavam consumindo guloseimas ou salgadinhos quando estavam entre companheiros pela manhã.

Espinoza informa que para desenvolver políticas alimentares e nutricionais para apoiar a população é necessário levar em conta fatores biológicos, socioeconômicos e culturais da população. Deve-se ter ciência que em alguns casos, para certos segmentos de população, a mudança de hábitos implicaria modificar seu estilo de vida, algo que poderia resultar impossível.

A dissertação completa apresentada por Espinoza se encontra disponível neste endereço: http://fnbr.es/1fy

A obesidade é um problema que atingiu o nível global. Esta doença afeta tanto os adultos como as crianças. Recomendamos também a entrevista com Sandra Sumalla, na qual explica o impacto da obesidade infantil.