Ômega 3 pode proteger o feto do mercúrio contido no peixe

Um estudo realizado com mais de 1.500 pacientes grávidas indica que as mulheres que consumiram, em abundância, peixe rico em ácidos graxos ômega 3  podem proteger o cérebro de seus filhos dos efeitos tóxicos potenciais do mercúrio contido na pele de alguns peixes. O estudo foi desenvolvido nas Ilhas Seychelles, no Oceano Índico, onde as mulheres consomem peixe em doze refeições por semana e sua exposição ao mercúrio no peixe é dez vezes mais alta que as dos americanos médios.

Os pesquisadores identificaram que se apresentavam problemas de desenvolvimento nos filhos de mulheres que registravam níveis baixos de ômega 3 e níveis altos de ácidos graxos ômega 6, que estão associados às carnes e aos óleos utilizados na cozinha, de acordo com informações fornecidas por Edwin van Wijngaarden, professor associado do  Departamento de Ciências da Saúde Pública da Universidade de Rochester, em Nova Iorque.

Wijngaarden explica que o mercúrio induz à oxidação no corpo humano, mas os óleos ômega 3 têm um efeito anti-inflamatório mais potente. Portanto, “reduziria o nível de inflamação da mãe, suavizando qualquer efeito que o mercúrio possa ter sobre a criança não nascida”, ressaltou o pesquisador.

O cientista indicou que “o óleo de peixe vence o mercúrio” e ressaltou que “interagem entre si de alguma forma. Encontramos benefícios do ômega 3 no desenvolvimento da linguagem e nas habilidades de comunicação”. Os especialistas indicam que altos níveis de exposição ao mercúrio podem provocar problemas de desenvolvimento nas crianças, e o peixe obtido do oceano contém quantidades residuais de mercúrio. Por esta razão, durante décadas, os médicos recomendaram às mulheres dos Estados Unidos que, durante uma gravidez, limitassem seu consumo de peixe.

O estudo realizou o acompanhamento de mais de 1.500 mães e seus filhos. Durante a gravidez, as mulheres forneceram amostras de cabelo para medir os níveis de exposição pré-natal ao mercúrio. Aos 20 meses de idade, as crianças foram submetidas a vários testes para medir a comunicação, a conduta e as habilidades motoras.

As recomendações atuais da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos indicam que as mulheres grávidas devem limitar seu consumo de peixe a duas vezes por semana. Mas se informou que as recomendações irão mudar e a FDA, em pouco tempo, recomendará o consumo mínimo de duas a três porções de peixe por semana que se saiba que possui baixa concentração de mercúrio. A FDA incluirá na nova lista os camarões, o salmão, o atum claro, o abadejo e o bagre.

Por sua parte, a doutora Laura Riley, diretora do departamento de parto do Hospital Geral de Massachusetts, indicou que são necessários mais dados para determinar se o peixe é proativo. Riley ressaltou que as mulheres devem evitar comer peixes que possuem alta concentração em mercúrio como o peixe-espada e a cavala-real.

Fonte:
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/news/fullstory_150567.html

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