Acordo prevê normas para o transporte internacional de resíduos plásticos

Representantes de 187 países se reuniram durante Convênio de Basileia para estabelecer normas para as exportações de plásticos

O comércio internacional de resíduos plásticos é uma prática que ainda não conta com normas claras, e muitos países enviam toneladas de lixo a outras nações. A China foi a primeira nação a manifestar-se claramente sobre este tema, quando o governo de Pequim resolveu fechar as portas às importações deste tipo de resíduo.

Com o objetivo de criar normas específicas para aumentar o controle sobre os movimentos dos plásticos usados, representantes de 187 países se reuniram entre os dias 29 de abril e o dia 10 de maio, em Genebra (Suíça). Os encontros formam parte dos Convênios de Basileia, Roterdã e Estocolmo, quando se espera discutir um tratado comum que regule os transportes de resíduos plásticos.

Segundo o vice-secretário executivo destes Convênios, Carlos Martín-Novella, parte da contaminação dos rios e mares é “a exportação não controlada de resíduos plásticos”. Com os encontros, espera-se “pôr ordem no caos”, diz. O ativista da Greenpeace Julio Barea afirmou que a situação atual “é uma loucura”.

Geralmente as exportações ocorrem desde os países desenvolvidos para outros ainda em fase de desenvolvimento, e muitos destes resíduos não chegam a ser reciclados e vão parar nos rios. Um estudo, divulgado na revista Science Advances, calculou uma estimativa de quanto lixo plástico foi reciclado. Segundo os resultados, aproximadamente 9% de todo o plástico fabricado desde os anos 1950 passaram por um processo de reciclagem. O restante, ou foi queimado ou ficou abandonado.

Os Convênios esperam aplicar um novo regulamento para 2021 que deverá obrigar os países que exportam a classificarem os resíduos. A ativista Mageswari Sangaralingam, membro da ONG Amigos da Terra, acredita que com a norma “os exportadores terão que obter o consentimento dos países de destino antes de enviar a maioria dos restos plásticos contaminados, misturados ou impossíveis de reciclar”, acredita.

Martín-Novella explica que com a classificação dos resíduos, “os que não são recicláveis não poderão ser exportados”, e seriam portanto, tratados nos países de origem.

Os profissionais interessados em ampliar o conhecimento e adquirir ferramentas para o controle adequado dos resíduos podem optar pela Especialização em Gestão de Resíduos, ou a Especialização em Engenharia Ambiental: Tratamento de Resíduos Sólidos, ambos patrocinados pela FUNIBER.

Fontes:

Cerco al tráfico internacional de residuos plásticos que contaminan los océanos

Meetings of the conferences of the Parties to the Basel, Rotterdam and Stockholm conventions

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