Amianto foi usado amplamente em todo o mundo, e ainda está presente em muitos lugares. Especialistas defendem mapeamento e retirada do material
Este material de construção, amplamente usado entre os anos 60 e 90, foi proibido em quase 70 países devido aos efeitos maléficos para a saúde. Porém, ele continua em milhares de lugares do planeta. A retirada do amianto deve ser realizada por profissionais capacitados, o que representa custo elevado e muitos buscam soluções mais baratas, e menos seguras.
Na Espanha, o técnico higienista Lluís Mallart, especialista em amianto, revela que no país “o amianto está por todos os lados. Não podemos saber quantos milhões de toneladas existem. Antes, pensávamos que só era perigoso quando se quebrava, mas agora sabemos que se é degradado pelo tempo ou pela climatologia, também é nocivo”, afirmou para o jornal El País.
O especialista cobra do governo maior empenho em localizar este material e retirá-lo. Como ele, outros especialistas do tema reclamam que deveria ser considerado um assunto de urgência para a saúde pública.
No mundo, alguns países ainda permitem a venda de amianto, como por exemplo, no Brasil onde 18 estados liberam o uso deste mineral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há limite seguro de exposição a esse minério largamente utilizado na construção civil.
E mesmo nos países em que o amianto já não é aplicado, o material ainda está presente em diversos lugares: casas, lugares de trabalho, escolas, metrôs, entre outros. Estima-se que aproximadamente 125 milhões de pessoas estão expostas ao material no lugar de trabalho.
Se os produtos que contêm amianto se mexem, pequenas fibras são liberadas no ar e podem ir parar nos pulmões, permanecendo por muito tempo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os tipos de amianto causam câncer de pulmão, mesotelioma, câncer de laringe e de ovário, e asbestose.
Quais as medidas para a retirada dos amiantos?
Uma das mais importantes medidas para tratar este tema se refere à retirada deste material nas construções. Mas pelo alto custo, e riscos, o serviço deveria ser acompanhado por higienistas especializados, com conhecimento das administrações públicas.
Por exemplo, na Espanha, um grupo de parlamentares propôs realizar um censo para detectar onde se encontra o material. A medida não avançou, e ficou no esquecimento.
O engenheiro Xavier Casanovas Boixereu lamenta que não haja um registro ou catalogação do uso de estruturas de amianto em edifícios residenciais ou de trabalho na Espanha, o que ocorre em outros países.
Recentemente, a companhia Johnson & Johnson, fabricante de produtos de higiene e de farmácia, viu uma enorme queda das ações em Wall Street, após foi a agência de notícias Reuters publicar uma notícia informando que a empresa sabia há cinquenta anos que seus talcos em pó estavam contaminados por amianto.
Os profissionais interessados em soluções ecológicas aos resíduos sólidos podem se especializar com os programas patrocinados pela FUNIBER como o Mestrado em Engenharia e Tecnologia Ambiental.
Fontes:
Expertos y municipios alertan de la urgencia de retirar el amianto
¿Qué es el amianto y qué tipo de enfermedades puede provocar?
Amianto: un peligro real y sin cuantificar en casas, escuelas y oficinas
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