O espantoso furacão Irma que ameaça as ilhas do Atlântico

O furacão Irma, que atinge o Caribe, já está no livro dos recordes. Saiba quais são os fatores que propiciaram a intensidade desta tormenta

Com ventos de até 298 Km por hora, e com uma extensão equivalente ao território da França, o furacão Irma pode ser o segundo mais potente da história da região. Sua força foi medida inclusive por sismógrafos que, geralmente, medem movimentos sísmicos.

De acordo com o especialista em meteorologia da BBC, Julian Heming, na região, o oceano Atlântico apresenta nestes períodos temperaturas mais elevadas que a média anual, resultando mais calor e humidade. Além disso, outros fatores ajudam a que o fenômeno seja tão forte:

  • A mudança de vento que se produz com o furacão é baixa e facilita que se aumente ainda mais sua intensificação.
  • Não há por outro lado elementos que ofereçam ares mais secos como, por exemplo, são as nuvens de areia que vêm do Saara, que às vezes sobrevoam o Atlântico.
  • A rapidez com que se move o furacão evita que as águas do oceano cheguem a produzir qualquer efeito sobre o ar húmido e quente.
  • O furacão ainda não encontrou com grandes massas de terra para diminuir a sua passagem e cortar o ar húmido.

Tudo começou com uma onda de calor tropical, segundo Heming, que recusa algumas versões que apontam a causa do furacão com as chuvas na África Ocidental. Por outro lado, reconhece que há uma relação entre os dois fenômenos: “esta onda é uma área cumprida de relativa baixa pressão orientada do norte ao sul, que se movimente do leste para o oeste através dos trópicos. Elas são também responsáveis pelas intensas chuvas estacionais no oeste da África”, afirmou.

Temporada de furacão

Não é nenhuma surpresa a presença do furacão nesta época do ano no Atlântico caribenho. A temporada comum ocorre entre o dia 1 de junho e termina no dia 30 de novembro, já que nesta época desenvolvem-se as condições climáticas ideais para fortes tormentas na região.

Elas ganham nomes quando geram ventos superiores aos 62 Km por hora. A média da temporada são 12 tormentas com nomes, como é o caso do furacão Irma. Neste ano, especialistas da meteorologia já haviam previstos uma média de 11 a 17 tormentas de alta intensidade, que entre estas, estimavam-se que entre cinco e nove poderiam se tornar furacões.

Efeitos ao meio ambiente

Ainda é cedo para calcular os efeitos do furacão Irma para o meio ambiente e para a mudança climática. Os especialistas levam semanas ou meses realizando estudos, com simulações, para saber sobre as consequências do fenômeno.

Existe um debate científico que aponta a intensificação de tormentas e a produção de mais furacões como consequências do aquecimento global. Porém, há certa imprecisão nos dados e nas possibilidades de prever as tormentas. A rota e a força de um furacão faz com que seja difícil adiantar o diagnóstico por mais de cinco dias.

Os profissionais interessados na capacitação e melhora dos conhecimentos sobre mudanças climáticas podem optar a bolsas de formação da FUNIBER para o Mestrado em Mudanças Climáticas.

Fontes: Por qué Irma es tan fuerte y otras preguntas sobre huracanes

Las “condiciones perfectas” que hacen que el huracán Irma sea más poderoso y peligroso de lo que se esperaba

Foto: Creative Commons/Pixabay