Os desafios para enfrentar o aquecimento global na era Trump

Sabe-se que Trump, o atual presidente do Estados Unidos, nega o aquecimento global. Agora, se traçam novos desafios para os ambientalistas

A eleição de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos expõe uma série de dúvidas a respeito do futuro das ações políticas em âmbito global para combater o aquecimento global e reduzir a mudança climática. Depois da eleição de Trump, a National Geographic publicou um artigo no que se indica que esta eleição iniciará “uma dramática mudança na política ambiental dos Estados Unidos”. Com a mudança de políticas nos Estados Unidos, os países de todo o mundo terão que redobrar esforços para frear o aquecimento global.

Em 6 de novembro de 2012, Donald Trump publicou em sua conta do Twitter: “O conceito de aquecimento global foi criado por e para os chineses, com o objetivo de tornar a indústria manufatureira dos Estados Unidos menos competitiva”. Trump deixou claro que seu governo protegerá os interesses econômicos das empresas, tirando importância dos temas ligados ao ambiente.

Os dois países que mais emitem poluição no planeta são os Estados Unidos e a China. O novo presidente dos Estados Unidos tem uma postura centrada nos negócios e, de acordo com um artigo publicado no New York Times, Trump desintegraria a Agência de Proteção Ambiental (EPA) americana. Além disso, o artigo indica que Trump anunciou que cancelará o acordo estabelecido em Paris no ano passado e desativaria o “Plano de Energia Limpa” estabelecido pela administração de Obama. Em maio, Trump prometeu cancelar todas as doações que os Estados Unidos fazem aos programas das Nações Unidas para paliar as mudanças climáticas.

Uma análise proporcionada pelo think tank Climate Interactive indica que as políticas estabelecidas pelos Estados Unidos equivalem a 20% da redução de gases de efeito estufa que se espera obter, mas considerando as novas políticas que Trump assumiria, as previsões só deixam lugar ao pessimismo.

Hans Joachim Schellnhuber, Diretor do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto do Clima (PIK), manifestou após o anúncio do vencedor nas eleições presidenciais americanas: “a postura do presidente eleito Donald Trump sobre o aquecimento global é bem conhecida. Ironicamente, ele contribuiu para tornar conhecida nossa série de relatórios climáticos “Turn down the heat”, que criamos para o Banco Mundial, quando os atacou no Twitter. Além disso, a ciência não espera de sua parte nenhuma ação positiva para o clima. Agora, o mundo deve caminhar para frente sem considerar os Estados Unidos no caminho para a mitigação dos riscos climáticos e a inovação em tecnologias limpas”.

Agora que os Estados Unidos se recusariam a adotar medidas para reduzir a quantidade de emissões que vertem à atmosfera, nações em vias de desenvolvimento como a China ou a Índia têm menos razões para se esforçar para controlar suas emissões de CO2. Resta apenas esperar para saber como as ações para controlar as emissões de gases de efeito estufa evoluirão no planeta.

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER procuram ajudar o desenvolvimento de políticas que permitam reduzir o impacto da mudança climática.

 

Fontes: National Geographic New York Times
Foto CC: Wikipedia