Um povoado de esquimós no Alaska desapareceria brevemente pelo aumento do nível do mar.
O Corpo de Engenharia da Armada dos Estados Unidos estima que o crescimento do nível do mar destruirá Kivalina em 10 anos. Este pequeno povoado localizado no Alaska conta com a supervisão de autoridades dos Estados Unidos, e inclusive com a ajuda do governo não se chegou a uma solução. Neste momento, os habitantes do lugar pedem ajuda para serem remanejados. As condições de vida são muito duras: aglomeração, dificuldades para a caça e pobres condições sanitárias afetam os habitantes do local.
Kivalina é uma pequena ilha habitada por 400 esquimós inuits, a vila está localizada em uma barreira de recifes, mas o território habitável reduz-se a cada tormenta. Barack Obama visitou a ilha para conhecer as condições de vida no lugar e a situação que encontrou é preocupante, principalmente do ponto de vista econômico. O remanejamento das famílias para outra região teria custos muito elevados, teria que investir-se quase 225 milhões de dólares para remanejar o povoado inteiro.
Os habitantes indicam que Kivalina era um acampamento de caça; logo, o governo construiu uma escola e obrigou os nativos da zona a viver nesta localidade. Agora, os habitantes esperam que o governo os recoloquem em uma zona próxima, na costa do Alaska, pois querem preservar suas tradições de caça e práticas culturais.
Collen Swan, líder do Conselho de Kivalina, disse a BBC: “O governo dos Estados Unidos nos impôs este estilo de vida ocidental, deu-nos suas cargas e agora espera que recolhamos nossas coisas e nos mudemos.”
A costa de Kivalina era protegida por uma grossa camada de gelo, que reduzia o poder destrutivo das tormentas, mas o gelo desapareceu rapidamente por ação do aquecimento global. O Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos construiu um muro defensivo ao longo da praia em 2008, mas a linha de areia reduziu-se. O processo de desaparecimento do povo é irreversível e os habitantes apenas esperam o momento em que serão remanejados.
As mudanças impostas pelo aquecimento global afetam o estilo de vida em Kivalina. Herman Ahsoak diz que o gelo da região costumava ter uma espessura de 3 metros no inverno, e agora tem pouco mais de um metro. Os padrões de pesca alteraram-se e cada vez é mais difícil preservar as tradições locais; inclusive, os jovens desejam estruturar-se em uma montanha, mas os mais velhos não estão de acordo. O povo sabe que deve remanejar-se a outra região, mas não se chega um acordo e debate-se entre a tradição e um futuro incerto. Os inuits são os primeiros refugiados por efeitos do aquecimento global nos Estados Unidos.
As condições do clima serão cada vez mais duras e muitas pessoas se mobilizarão como refugiados por efeitos do clima. Os estudantes das Especializações e Mestrados da área de Meio Ambiente da FUNIBER estudam as melhores estratégias para paliar os efeitos da mudança climática.
Fontes: http://fnbr.es/1wp, http://fnbr.es/1wq, http://fnbr.es/1wr
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