O Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC) elaborou um informe em que conclui que nos próximos anos se aumentaria a quantidade de chuvas, tempestades, ondas de calor e inundações. O resumo para legisladores de todo o mundo foi publicado neste link e ainda que não aprovem o texto final, já se sabe que a conclusão final indica que as emissões de gases do efeito estufa originadas por atividades humanas estão aumentando a frequencia de fenômenos climáticos extremos. O informe assinala que todas as pessoas se verão afetadas no mundo pelas mudanças climáticas, na maioria dos casos os países pobres é que sofrerão os efeitos dos fenômenos naturais, e as pessoas do mundo desenvolvido se verão afetadas pela escassez de alimentos originadas pelos desastres.
As conclusões são fruto do trabalho de 220 cientistas. O documento assinala que 99% desta equipe tem a certeza de que hoje teremos dias mais quentes que no passado, enquanto que 66% considera que as ondas de calor, as chuvas intensas e inundações já vão aumentando. O documento elaborado pelo IPCC identifica as mudanças extremas que estão ocorrendo no clima e estabelece relações que permitem ver claramente os elos entre as mudanças climáticas e o aumento na emissão de gases do efeito estufa.
O grupo de pesquisadores estabeleceu que o clima extremo que se manifesta em fenômenos naturais de maior intensidade está vinculado à atividade direta so homem, embora, neste momento, todos os fenômenos naturais individuais não podem se relacionar diretamente com o aquecimento global. Qin Dahe, membro do diretório do IPCC e responsável pelo desenvolvimento e preparação do reporte disse: “podemos dizer com confiiança que tanto as temperaturas máximas como mínimas aumentaram em nível global devido ao aumento dos gases do efeito estufa”.
Num futuro próximo os dias quentes seria até mesmo mais quentes e ocorreriam com maior frequencia, em algumas regiões o aumento de dias quentes se multiplicaria por 10. Por outro lado, o informe assegura que aumentará a frequencua de precipitações e a velocidade dos ciclones tropicais se aceleraria ainda que seu número se mantenha constante ou diminua.
O aumento do nível do mar afetará as cidades costeiras em médio prazo. Por outro lado, aumentam as ondas de calor, o degelo glacial e a degradação do permafrost. O gelo nas montanhas será afetado e serão observados mais degelos, deslizamentos e inundações por causa do transbordar de lagos.
Perdas econômicas
O informe indica que se observarão perdas em setores econômicos estreitamente vinculados ao clima, como a agricultura, a água, a segurança alimentar, saúde e turismo. As propablidades são muito altas ao considerar futuros problemas com a água potável, portanto é um dos temas a observar com mais cuidado.
O aumento da exposição a desastres e o aumento da intensidade dos mesmos permite prognosticar que aumentarão as perdas materiais em áreas que habitualmente aconteciam fenômenos naturais de grande intensidade como El Niño e La Niña. O documento do IPCC indica que os desastres associados com situações climáticas extremas terão influência direta sobre a mobilidade e realocação de comunidades, afetando tanto a famílias que se movem como aquelas que terão que receber em sua regiçao pessoas que tiveram que ser evacuadas.
Recomendações
Os cientistas recomendam conseguir uma integração entre o conhecimento local com o conhecimento técnico e científico que permita reduzir o impacto da destruição ocasionada pelos desastres. Além disso, se faz necessário desenvolver sistemas de comunicação eficientes de forma que as comunidades possa se adaptar e que se consiga uma melhor gestão do risco.
O documento também recomenda levar a diante um processo de monitoramento, pesquisa, avaliação, aprendizagem e inovação que possam ajudar a reduzir o risco de desastres naturais e promover melhor resposta num contexto de climas extremos Recomenda-se estabelecer planos de recuperação de desastres que ofereçam benefícios em curto prazo, mas considerando também os benefícios em longo prazo.