Especialistas da Faculdade de Medicina, da Universidade de Extremadura de Badajoz (Espanha), desenvolveram uma pesquisa que busca conhecer os benefícios dos tratamentos com musicoterapia
Os resultados desta pesquisa apontam que o tratamento com musicoterapia é benéfico para melhorar as alterações comportamentais, a ansiedade e a agitação em pacientes com demência.
A demência caracteriza-se por uma perda progressiva das funções cognitivas que origina uma constante dificuldade para realizar as atividades cotidianas, assim como cumprir as funções sociais e manter a autonomia.
Metodologia da pesquisa
Os especialistas justificam a pesquisa afirmando que as consequências desta perda progressiva cognitiva causam ansiedade, tristeza, frustração, apatia e irritabilidade, levando os pacientes ao isolamento ou, em outros casos, à depressão, ocasionando alterações em seus comportamentos.
Nesse sentido, os pesquisadores realizaram uma busca bibliográfica com um intervalo de tempo entre 2003 e 2013 no banco de dados das revistas e fontes científicas: Academic Search Complete, PubMed, Science Direct e Dialnet. O objetivo desta revisão era encontrar bibliografia de estudos clínicos sobre casos em que a musicoterapia tivesse beneficiado nas alterações comportamentais secundárias à demência.
Foram encontrados 2.188 estudos a partir da busca realizada, posteriormente selecionados 11 sob o critério da escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database, por sua sigla em inglês). Esta escala oferece critérios que permitem justificar se o estudo tem ou não validade.
Resultados da pesquisa
Dos 11 estudos selecionados, a pesquisa de Mayumi Sakamoto faz uma distinção entre a musicoterapia ativa e musicoterapia passiva. O grupo passivo escutou música por meio de um reprodutor de CD e o grupo ativo participou de atividades interativas (aplaudir, cantar e dançar), enquanto o grupo controle passou o tempo com um cuidador na sala habitual.
As intervenções musicais passivas e interativas causaram uma dominância parassimpática a curto prazo. Detectou-se que a intervenção interativa causou maior melhoria no estado emocional.
Ainda assim, a intervenção interativa oferecia maior redução dos sintomas comportamentais e psicóticos da demência (BPSD, por sua sigla em inglês) a longo prazo.
Os profissionais da área de Gerontologia que a FUNIBER patrocina aprofundam-se neste tipo de pesquisa, pois são fonte de conhecimento sobre terapias que podem contribuir no cuidado de idosos, a quem aflige males como demência, Alzheimer, etc.
Fonte: Beneficios de la musicoterapia en las alteraciones conductuales de la demencia. Revisión sistemática
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