Pesquisadores identificam que a ação do composto peroxinitrito influencia na formação de oligômeros de proteína beta-amiloide
Calcula-se que o mal de Alzheimer afeta uma de cada dez pessoas com mais de 65 anos. Pesquisou-se esta doença por quase 90 anos, mas até agora apenas se identificou que sua principal origem seria a acumulação de agregados de proteína beta-amiloide. Recentemente, um estudo identificou que a presença de peroxinitrito no ambiente extracelular promove a formação e estabilização dos agregados da beta-amiloide.
O mal de Alzheimer caracteriza-se por afetar a pessoa com déficits de cor, redução progressiva da capacidade de cognição e morte neuronal.
A proteína beta-amiloide está presente no sistema nervoso, mas sua função não é conhecida com exatidão. Sabe-se que as formas solúveis desta proteína podem ser agregadas, originando estruturas primárias chamadas oligômeros, que são uma forma mais tóxica da beta-amiloide, e que afetam os neurônios e promovem a neurodegeneração.
A produção de óxido nítrico e de radicais livres no ambiente extracelular aumenta por ação dos oligômeros e das fibras de beta-amiloide. A combinação de óxido nítrico e radicais livres produz peroxinitrito, uma molécula altamente reativa que modifica as proteínas alterando sua função.
“O novo estudo revela que quando o peroxinitrito reage com os oligômeros da beta-amiloide, facilita sua estabilização e impede a formação das fibras maduras. Desta maneira, quanto mais proteína beta-amiloide há, mais se promove a formação de peroxinitrito, e este, a sua vez, faz que os oligômeros de beta-amiloide se mantenham estabilizados, perpetuando o dano neuronal característico do Alzheimer”, indica-se na publicação do estudo.
Francisco José Muñoz, pesquisador principal no Departamento de Ciências Experimentais e da Saúde (DCEXS) da Universidade Pompeu Fabra (UPF), quem esteve a cargo do estudo, indicou que “O estudo dos mecanismos que subjazem a agregação de beta-amiloide é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas”.
Os pesquisadores desenvolveram também um modelo computacional segundo o qual uma mutação da adição do grupo nitro à proteína beta-amiloide estabiliza os oligômeros altamente tóxicos e impede a formação de fibras maduras.
Uma maior pesquisa em torno dos mecanismos moleculares produzidos no início da doença permitirá desenvolver novos tratamentos para a prevenção do Alzheimer.
Os estudantes da área de Gerontologia da FUNIBER procuram identificar os tratamentos mais efetivos para prevenir enfermidades e doenças e melhorar a qualidade de vida de seus pacientes.
Fonte: Jano
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