Duplica a quantidade de doentes por Alzheimer na América Latina

De acordo com números proporcionados pela OMS, a quantidade de pessoas que padecem de Alzheimer alcançaria os 7,6 milhões em 2030

Em 21 de setembro, se celebra em todo mundo o dia mundial do Alzheimer, uma data especial para prestar maior atenção aos idosos que padecem de enfermidade que lentamente lhes roubam as lembranças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que na América Latina e no Caribe o número de pessoas que padecem de Alzheimer aumentará de 3,4 milhões de pessoas em 2010 a 7,6 milhões de pessoas em 2030, devendo-se estabelecer medidas sanitárias para minimizar o impacto da doença na população.

A OMS calcula que no mundo há 47,5 milhões de pacientes diagnosticados com demência, e a cada ano registram-se 7,7 milhões de casos novos. A doença tem um impacto importante nas famílias dos pacientes, sendo necessário estabelecer medidas para que uma pessoa se encarregue do cuidado de quem padece de Alzheimer, podendo ser um familiar ou um cuidador especializado.

Os familiares de uma pessoa que sofre de Alzheimer devem destinar parte de seus ganhos ao cuidado do paciente, devem procurar apoio emocional e encontrar mecanismos para lutar com as mudanças que a atenção de um paciente com Alzheimer gera em casa.

A psicóloga Laura Manteca, da Associação de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer e outras Demências, de Zamora (AFA) indica que a enfermidade provocará a deterioração das capacidades cognitivas, como a memória, a linguagem ou a atenção, além de suas capacidades físicas, gerando maior dependência de um cuidador.

As pessoas que sofrem de Alzheimer progressivamente desenvolvem sentimentos de tristeza, frustração, ansiedade, medo e outras emoções que acompanham a perda da memória; além disso, desenvolvem-se alterações na conduta do paciente, que se caracterizam por episódios de alucinações, delírios, insônia e agressividade, que podem alterar a relação com os cuidadores.

Cheles Cantabrana, presidente da Confederação Espanhola de Associações de Familiares de Pessoas com Alzheimer e outras Demências (CEAFA), aponta que um diagnóstico precoce e certeiro pode ajudar a planejar as medidas a serem tomadas em casa e administrar de forma adequada o impacto da doença.

O médico neurologista Raúl Arizaga, que foi Presidente do Research Group on Dementia da Federação Mundial de Neurologia, indica que o coração e o cérebro compartilham alguns cuidados essenciais, e é necessário observar fatores de risco, como a hipertensão, colesterol e diabetes, que podem afetar o coração, mas também o cérebro, pois este órgão tem 10 vezes mais vascularização que o órgão encarregado de bombear o sangue ao organismo.

Raúl destaca que uma medida de prevenção fundamental é realizar atividades físicas, ressaltando que, quando lhe pedem um conselho para preservar a memória o especialista destaca: “recomendo que você caminhe, que caminhe todos os dias”.

O sono é outro dos fatores a considerar para manter uma boa memória, porque, de acordo com o especialista, durante o descanso o hipocampo seleciona as lembranças que serão fixadas na memória e aquelas que serão descartadas.

Os especialistas recomendam também proporcionar aos idosos jogos que lhes permitam exercitar sua memória e suas habilidades cognitivas; atualmente existem diversos aplicativos que permitem exercitar a memória, tanto em tablets como em celulares.

Os estudantes da área de Gerontologia da FUNIBER capacitam-se para proporcionar recomendações aos familiares dos pacientes com Alzheimer para lhes oferecer melhor qualidade de vida.

 

Fontes: InfobaeDmedicina
Foto: Todos os direitos reservados