Estudo revela mudanças na saúde, na autonomia e no estilo de vida dos idosos
A população de idosos cresce rapidamente em todo o mundo e o Brasil não é a exceção. As pessoas envelhecem e, em alguns casos, sua saúde e qualidade de vida se deterioram. Em Florianópolis, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizaram o estudo EpiFloripa 2013/2014, como continuação do estudo realizado em 2009, para analisar a evolução de questões como saúde, autonomia e qualidade de vida dos idosos da cidade.
O estudo seria importante, considerando que, na atualidade, 11% da população de Florianópolis é constituída por pessoas com mais de 60 anos e, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 2030, esse valor subirá para 20%.
Foram coletadas respostas de 1.705 voluntários com idade média de 70 anos. Graças aos novos dados obtidos no estudo de 2014, pôde-se observar que, em comparação com a pesquisa anterior, registrou-se um aumento de 5,4% nos sintomas depressivos que afetam 19% da amostra. O estudo também revelou que 11,5% dos participantes apresentavam câncer, 65,1% possuíam hipertensão arterial, 32,3% padeciam de mal cardiovascular e 9,8% dos idosos indicaram ter sofrido derrame. Além disso, revelaram que a propensão ao sobrepeso, em torno de 56,9%, mantém-se desde 2009, sendo necessário monitorar a saúde deste grupo de pessoas.
A professora Eleonora D’Orsi, coordenadora do estudo EpiFloripa, informou que as doenças registradas no estudo poderiam ser evitadas se as pessoas decidissem adotar algumas mudanças em seu estilo de vida, como a dieta saudável, a atividade física, o estímulo cognitivo e o aumento da atividade social, assim como buscar controlar as doenças crônicas e estar cercados por um ambiente favorável, que lhes proporcionem maior mobilidade e segurança. Neste sentido, é positivo identificar no estudo que os idosos de Florianópolis são menos dependentes para realizar atividades básicas da vida diária (AVD), registrando-se um aumento na taxa de pessoas que não precisam de ajuda para se vestir e ou realizar sua higiene pessoal, de 25,6% em 2009 até alcançar 31,5% na última avaliação.
O estudo revelou que os idosos estão se integrando na sociedade digital e registrou que 39,1% dos entrevistados utiliza e-mail.
Nesta pesquisa, os idosos responderam ao questionário sobre qualidade de vida com uma atitude muito positiva. A média das avaliações alcançou uma pontuação de 45 (de um total de 57). Foram identificados quatro fatores que permitiam aos idosos manter uma pontuação elevada nesta avaliação: o retorno ao trabalho após a aposentadoria, praticar atividade física regular, utilizar a Internet e manter uma vida social ativa.
A coordenadora do estudo indicou que está sendo preparada uma nova versão deste estudo para o ano de 2017.
Os estudantes da Área de Gerontologia da FUNIBER realizam pesquisas constantemente para proporcionar aos seus pacientes estratégias e atividades que lhes permitam envelhecer de maneira saudável, cuidando tanto do aspecto físico como do psicológico.
Fonte: http://fnbr.es/25q
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