Em nosso sistema social, os idosos já não têm função relevante, não têm espaço para trabalhar e manterem-se ativos. No Brasil, a população da terceira idade segue crescendo rapidamente e se faz necessário desenvolver uma estratégia para atender à população idosa. Neste contexto surgem as moradias especializadas no cuidado de pessoas da terceira idade, para proporcionar uma estadia de longo prazo aos adultos mais velhos. Natani Carolina Silveira aborda em uma pesquisa as formas de promoção dos lares para anciões no Brasil e apresenta uma visão mais realista.
Quando os idosos sentem que não contribuem à sociedade, tornam-se mais dependentes, logo, a família e a sociedade identificam as moradias especializadas no cuidado de idosos como o lugar no qual as pessoas da terceira idade serão atendidas e apoiadas por profissionais. Contudo, esta imagem é falsa, e é produto das campanhas de promoção realizadas pelas moradias de idosos.
Natani Carolina Silveira realizou uma pesquisa que envolveu entrevistas a três lares para idosos, demonstrando que as estratégias de marketing e promoção dessas entidades se distanciam muito da realidade. Carolina indica que os lares para idosos são uma espécie de “depósito de velhos”, lugares onde não há uma real preocupação pela individualidade das pessoas assistidas e com pouca informação sobre o perfil dos idosos atendidos.
A pesquisadora coloca que é necessário fiscalizar a qualidade das moradias especializadas no cuidado de pessoas da terceira idade. Deve-se considerar que os adultos mais velhos podem desenvolver estados frágeis tanto no contexto físico como psicológico. Situações externas, como a pobreza ou conflito familiar, ou fatores internos, como a depressão ou angústia, geram estados de fragilidade e dependência nos idosos e reforçam a ideia que devem ser colocados em um lar especializado, mas esta opção deveria ser avaliada com mais cuidado.
Os idosos podem encontrar-se em um estado de debilidade ou fragilidade causado por diversos fatores, porém, interná-los em um lar de cuidados de longa permanência deveria ser apenas uma alternativa a avaliar-se. Carolina aponta que um Acompanhamento Terapêutico (AT) pode ser considerado um tratamento alternativo para aliviar o sofrimento psicológico ou estados depressivos em pessoas da terceira idade, procurando reduzir a dependência dos anciões e proporcionar aos idosos um acompanhamento que considere o aspecto social, cultural e psíquico da pessoa.
Não existe uma real preocupação pelo cuidado e o futuro dos anciões, considerando que a eleição de um lar especializado está apoiada em anúncios que não proporcionam informação verdadeira sobre a atenção psicológica e outros tipos de tratamento que deveria proporcionar-se às pessoas da terceira idade em uma condição delicada. Além disso, deve-se investigar a distância que os psicólogos mantêm dos lares especializados, e o pouco investimento que há em torno dos serviços públicos para o cuidado de idosos.
No Mestrado em Gerontologia da FUNIBER os profissionais recebem preparação que lhes permite desenvolver programas para melhorar os serviços que oferecidos a pessoas da terceira idade.
Fonte: http://fnbr.es/1ip
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