Estudos ressaltam a dificuldade que alunos de fala inglesa demonstram em usar o sujeito oculto quando aprendem espanhol como língua estrangeira
Cada idioma tem estruturas diferentes, e muitas vezes quando se aprende uma nova língua, estas estruturas linguísticas podem gerar incômodos entre os alunos. Um exemplo é o sujeito oculto no idioma espanhol, que pode ser difícil de compreender entre os que usam o inglês como língua nativa.
O sujeito oculto aparece nas frases quando este não é mencionado de forma explícita. Por exemplo:
- Em espanhol, é correto dizer: “LLegan a las 7:00”
- Mas em inglês, a frase necessita do pronome, e deve ser: “They arrive at 7:00”
É certo que há variações entre falantes de espanhol e falantes de inglês. Por exemplo, no espanhol caribenho ou mexicano, usa-se de forma mais explícita os sujeitos pronominais (eu, tu, ele…). Também podemos encontrar em inglês, casos em que se omite o sujeito, especialmente em usos do verbo no imperativo.
É certo que entre falantes nativos, esta forma de falar já está absorvida e flui naturalmente. Entretanto, entre os alunos que aprendem um outro idioma, compreender quando e como se utiliza o sujeito oculto gera problemas na aquisição do espanhol.
De fato, diversos estudos empíricos vêm mostrando evidências da dificuldade de alunos que falam inglês como língua nativa conseguirem aprender o uso do sujeito oculto em espanhol, o que dificulta que usem o novo idioma com naturalidade. A tendência geral é que eles utilizem a estrutura comum do inglês, que é deixar o sujeito explícito, nas frases em espanhol.
Um artigo escrito pelo professor do Departamento de Filologia Inglesa da Universidade de Sevilha (Espanha), Ángel Jiménez-Fernández e pela especialista em Ensino do Espanhol como Língua Estrangeira, Lucia Gómez Marzo, destaca a importância que o Plano Curricular do Instituto Cervantes (PCIC) deveria dar para esta questão.
Principalmente, ao reconhecer que à medida em que se avança no aprendizado do espanhol, estes aprendizes apresentam ainda mais dificuldade sobre este aspecto. Eles acreditam que é necessário observar os estados de aprendizagem para identificar as “dificuldades concretas com as que se encontram os anglófonos”.
Os autores do artigo concluem que “a questão pedagógica a que nos levam estes resultados é a necessidade de tratar o sujeito oculto de forma explícita na aula de espanhol como língua estrangeira”, afirmam.
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