Somos modelos: como ensinar a conviver

Professora e pedagoga espanhola motiva a uma educação a favor da convivência positiva, trabalhando as inteligências intrapessoal e interpessoal, e os valores

“Deve lembrar que você é uma pessoa importantíssima na sociedade, porque os professores somos facilitadores da humanização e ninguém pode nos tirar isso”, disse a pedagoga e professora Nélida Zaitegi, presidente do Conselho Escolar de Euskadi (Espanha).

A professora leva mais de 40 anos pesquisando sobre programas de inovação na educação e desenvolvendo propostas que estimulam a convivência positiva através do conhecimento das emoções, da educação de valores e do aprendizado de resolução de conflitos.

Durante entrevista para o programa Aprendemos Juntos, a professora define a educação para a convivência como uma mistura da educação, como processo de transformação individual para o bem coletivo, e convivência como a interação respeitosa, que reconhece os direitos e deveres de cada um.

Ela explica que para ensinar a conviver é necessário conviver, “mas convivendo de maneira consciente”, ressalta. Para isso, os alunos devem entender que tipo de relação se estabelece, as emoções que estão envolvidas nas relações e os interesses.

A professora Nélida Zaitegi acredita que a autonomia e a autoestima são competências que devem ser trabalhadas na educação, para fazer as crianças capazes de entender os erros e conseguir corrigi-los, desenvolver estratégias de superação, desenvolver metas e administrar as emoções. “É uma inteligência fundamental para viver a vida”, defende.

Mas além da inteligência intrapessoal, também é necessário desenvolver a inteligência interpessoal. Neste sentido, é importante aprender a se comunicar: escutar muito, estar atento ao outros, ter empatia.

Um terceiro elemento se trata da educação em valores, para que tanto a inteligência intrapessoal como a interpessoal possam servir para fazer o bem, com uma finalidade positiva a sociedade e para o planeta.

Então, a pedagoga questiona: como educadores, “o que faço para que se desenvolvam como pessoas autônomas com um critério moral?”. Nélida acredita que é através de uma metodologia que implique os alunos com a cabeça, com o coração e com as mãos, mas nada daquilo que aprendemos pela sociedade industrial: ficar quietos, calados e copiar material.

“Quando coisificamos, quando não ensinamos a pensar, quando não ensinamos a ser críticos, quando não chegamos a administrar-nos bem, a pensar nos outros, quando não desenvolvemos, quando não fazemos… contagiamos valores, vontades de viver, quando não contagiamos tudo isso, porque isso é o que contagiamos, estamos fazendo com que as pessoas desçam degraus”, sustém.

Nélida Zaitegi motiva os professores “Vamos pelas soluções! Que somos parte da solução, não somos parte do problema”.

A FUNIBER patrocina o Mestrado em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação. Neste contexto, entende-se “educação” em um sentido amplo, referindo-se a processos de aprendizagem e desenvolvimento, tanto pessoal quando coletivo.

Fonte: Seis claves para aprender a convivir

Foto: Todos os direitos reservados