Professor revisa a história do ensino de idiomas no Ocidente e ressalta algumas questões importantes sobre ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras
Às vezes, quando olhamos uma fotografia panorâmica, conseguimos visualizar o todo, e perdemos os detalhes. É com esta intenção que o professor de inglês como língua estrangeira, Giuseppe Carone, buscou retratar o desenvolvimento do ensino de línguas estrangeiras no mundo ocidental.
Ele analisa num artigo publicado na revista EFL Magazine, como os gregos e os romanos desenvolveram através de educadores, pedagogos e filósofos o ensino de idiomas de forma privada. Como afirma, naquela época era mais importante saber como usar uma espada do que buscar enriquecer-se com conhecimentos e educação.
Mas devido às necessidades de cultivar e ocupar terras, cada vez era mais importante mover-se em busca de novos lugares. “Fazendo isso, entrar em contato com diferentes pessoas, culturas e línguas”, explica.
Esta necessidade de mover-se, foi importante para o desenvolvimento das línguas, especialmente a árabe, a grega e a latina. Durante estes contatos, o conhecimento foi movendo de um lugar ao outro. Por exemplo, as ciências mais desenvolvidas entre a cultura árabe e sânscrito eram a medicina, a astronomia e a matemática. Este conhecimento foi absorvido pelo gregos e transmitido através da cultura.
Carone analisa também como a ascensão e o descenso de culturas também representou o florescimento ou a morte de algumas línguas, como aconteceu quando a civilização grega colapsou e o latim passou a ser a língua usada amplamente.
“A necessidade de aprender línguas estrangeiras foi sentida na Europa em meados do século XVII, com o declínio do uso do latim como meio de comunicação internacional. Os franceses se espalharam de Portugal para a Rússia, da Suécia para as margens do Mediterrâneo. Foi aprendido por intérpretes, viajantes e classes privilegiadas e tornou-se símbolo de status”, relata Carone.
A meados do século XVIII, na Europa começa também a ampliar o inglês fora dos territórios do Reino Unido, especialmente para nobre e jovens ricos aristocratas. Neste processo, começam a surgir as primeiras dúvidas sobre uma possível metodologia de ensino de línguas estrangeiras.
Já no século XIX, as escolas começaram a popularizar-se e a educação passou a se tornar obrigatória. As primeiras discussões sobre como ensinar um novo idioma passavam por debater se o processo deveria começar da teoria e passar à prática, ou ao contrário.
Porém é no século XX que a sociedade passa a desenvolver melhor a linguística, desenvolvendo diferentes abordagens até chegar à uma versão moderna sustentada por alguns princípios fundamentais como o “contexto da situação” e o chamado “significado da natureza dependendo do contexto”.
Nestas abordagens, o ensino variou também segundo os diferentes modelos de aprendizagem propostos por teóricos. No atual processo de ensino-aprendizagem de uma língua, consideram três agentes importantes: o professor, o aluno e a língua. Segundo Carone:
- O aluno: “primeiro, considerado uma tabula rasa, ele é ensinado com abordagens formais, estruturais e diretas; depois, colocado no centro do processo de ensino, ele é ajudado pelo professor (agora um mediador, um facilitador) com abordagens comunicativas situacionais, nocionais e funcionais”, explica.
- O professor: Cada vez mais um especialista em linguagem e cultura com enfoque na prática comunicativa;
- A linguagem: Percebido atualmente como instrumento de comunicação inato
No atual contexto de globalização, com internet, meios de comunicação e mobilização internacional, o aprendizado de idiomas tomou um renovado aspecto e interesse. Os dispositivos eletrônicos são referência importante e as redes sociais ampliam a formação para além das salas de aula.
A FUNIBER patrocina diversos programas para a formação de professores de idiomas, como por exemplo o Master in Teaching English as a Foreign Language e o Máster en Formación de Profesores de Español como Lengua Extranjera.
Fonte: FOREIGN LANGUAGE TEACHING
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