Como trabalhar a educação étnica na escola e favorecer o reconhecimento de dois conceitos sociais importantes: diversidade e igualdade
Por diversas partes do planeta, atitudes de intolerância à diversidade são vistas nas ruas, empresas e instituições sociais. A questão étnica é uma das mais atacadas neste sentido. A escola deve ser um espaço importante para trabalhar a afirmação da identidade e os sentimentos de pertencimento e de respeito à diversidade étnica.
Este campo é vasto e oferece muitas possibilidades de temas para se trabalhar em classe. Ewerton Fernandes de Souza, coordenador geral da escola Clóvis Caitano Miquelazzo, que lida exclusivamente com Educação de Jovens e Adultos, em São Paulo, no Brasil, escreveu um artigo em que defende a desconstrução de imagens negativas relacionadas às etnias.
Ele comenta que há dois anos, em 2015, trabalhou com um projeto escolar sobre os direitos da pessoa indígena. E percebeu como alguns alunos viam as pessoas indígenas como selvagens, um estereótipo categorizado na colonização brasileira e perpetuado até os dias atuais.
“É necessário estudar muito para desconstruir essa imagem que foi enfiada em nossa cabeça. E, mais uma vez, é nosso papel como educadores problematizá-la e desconstruí-la”, escreve.
Neste projeto, os professores trabalharam com a ideia de selvageria, dentro dos parâmetros da barbárie. E questionou: quem é o selvagem: o índio ou o homem branco? Foram feitos painéis com os alunos mostrando algumas das atrocidades cometidas pelas pessoas brancas, e também mostrando a diversidade de povos indígenas.
“Junto a um trabalho de desconstrução e problematização de discursos tido como verdades inquestionáveis, faz-se necessário e urgente resgatar a autoestima dos nossos educandos valorizando as marcas étnicas que eles trazem em si”, diz Ewerton Fernandes.
Ele ressalta que para uma educação étnica, é importante trabalhar dois conceitos importantes: o de diversidade e o de igualdade. “Nosso anseio pela igualdade não pode sufocar as diferenças existentes entre os sujeitos, gerando uma massa sem rosto e sem história”, afirmou.
Os trabalhos escolares podem desenvolver duas abordagens complementares que possam:
- denunciar estigmas que representem injustiças sociais e dificuldade de possibilidades
- afirmar as marcas étnicas e reforçar a beleza de cada uma, valorizando a diversidade
O trabalho em sala de aula exige dos professores uma formação contínua que permita ampliar os conhecimentos e analisar as práticas docentes. Recomendamos o Mestrado em Educação, patrocinado pela FUNIBER.
Fonte: Por que é importante que os alunos conheçam sua própria identidade étnica
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