Como o discurso do professor opera na educação contemporânea? Ao analisar a educação a partir do discurso, os psicólogos Matheus Rodrigues Ribeiro e Ana Rita Lage Barbosa encontraram algumas problemáticas em relação à educação e ao professor no contexto atual.
De acordo com o artigo publicado no portal Psicologia.pt, o professor está enfraquecido simbolicamente. As condições de trabalho são precárias como salários baixos, alunos desmotivados, atritos na relação entre professor e aluno, e políticas que dificultam o ensino. Estas questões põem à prova a importância do educador e a consequente indagação por parte do aluno da necessidade de se frequentar a escola.
Mas ainda é no professor que reside a autoridade e a transmissão do saber. Para isso, é necessário reconhecer a importância de se pesquisar os laços sociais que surgem no cerne da educação. Os autores investigam o tema a partir da teoria psicanalítica, que segundo o teórico Lacan, o discurso é um dispositivo de linguagem que permite fazer laços sociais.
Em diversas ocasiões, Lacan ressalta o espaço que o capital ocupa dentro da educação, espaço que deveria estar reservado ao saber. Neste caso, a sociedade de consumo afeta também o discurso do professor que confunde o lugar do saber com o lugar a desempenhar. “A função de quem ensina é da ordem do papel, do lugar a sustentar, que é, incontestavelmente, um certo lugar de prestígio”, escreveu Lacan.
A escola muitas vezes cataloga os sujeitos diante de médias e estatísticas de resultados. Por outro lado, o professor avalia comportamentos a partir de participações, prazos, provas, aprovações e reprovações.
Os autores ressaltam que a educação deveria exigir do professor um investimento no amor, através do desejo de educar. Longe dos interesses do capital, a escola deve voltar à sua premissa que é formar sujeitos para diferentes projetos de vida e transmitir um saber que demanda, principalmente, do aluno.
Na educação à distância, como os cursos ofertados pela FUNIBER, como se diferencia a relação entre professor e aluno?
Fonte: www.psicologia.pt/artigos/textos/A0859.pdf
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