Hoje em dia, as tecnologias colaboram em muitos setores. No desempenho esportivo, sua aplicabilidade também é grande. Entrevistamos a Professora Ainhoa Bores, da Universidad Internacional Iberoamericana (UNINI), uma instituição que faz parte da rede universitária na qual a FUNIBER colabora, que explica mais sobre o uso de novas tecnologias para o desempenho esportivo.
Ainhoa Bores é formada em Atividade Física e Ciências do Esporte, Mestre em Pesquisa em Atividade Física e Esporte e Mestre em Ensino de Educação Secundária Obrigatória e Bacharelado, tem também formação profissional e ensino de Idiomas (Educação Física). Ela é especializada em análise biomecânica.
Há muitas invenções tecnológicas que são úteis para medir e melhorar o desempenho esportivo. Entre estes, quais são as mais utilizadas no esporte profissional?
Os profissionais do esporte se beneficiam de novas tecnologias em diferentes áreas, todas interligadas entre si: na análise e melhoria do desempenho esportivo; na prevenção e reabilitação de lesões; na melhoria de equipamentos e roupas esportivas; na análise de dados (Big Data); e no apoio à arbitragem.
Em relação às novas tecnologias que são mais amplamente utilizadas a nível profissional no esporte, podemos destacar os sistemas de movimento e edição de vídeo. O Video Tracking é um sistema amplamente utilizado no futebol, consistindo de várias câmeras instaladas em um estádio, que gravam a partida enquanto executam tarefas de detecção automática de movimento. Da mesma forma, existem sistemas de análise de movimento, como o Simi Motion, que são menos conhecidos, mas têm grandes benefícios.
Por outro lado, existem instrumentos de medição cinética, como o FreeStep, uma plataforma para a análise das pressões plantares. Além disso, existem instrumentos de medição cinemática, como o OptoGait , um sistema de aquisição de dados óticos. Todos eles muito úteis para análise biomecânica, melhoria do desempenho e prevenção/adaptação de lesões.
Finalmente, o GPS pode ser destacado. Estes últimos são amplamente explorados no mundo do futebol, pois permitem o controle preciso da carga externa, o que é muito importante para se obter um ótimo desempenho e evitar lesões.
Há limites para o uso dessas tecnologias, com base nos comitês de ética das competições que definem o que pode e o que não pode ser usado por esportistas profissionais?
Quanto ao uso pessoal dessas tecnologias, ou seja, externo às competições, não há nenhuma regra que limite o uso pessoal dessas tecnologias. O uso, neste caso, está mais determinado pela situação econômica ou pelos recursos disponíveis de cada atleta ou clube.
Em competições oficiais, entretanto, apenas algumas delas ferramentas digitais podem ser utilizadas em determinados esportes. Por exemplo, em 2015 a FIFA aprovou o uso do EPTS (Electronic Performance Tracking System) em competições oficiais.
O uso dessas tecnologias pode diferenciar países com mais recursos, ampliando as desigualdades nos resultados das competições?
Com base no exposto acima, isso pode ser de fato um motivo de desigualdade. No final das contas, os benefícios das novas tecnologias são grandes. Não apenas em termos de desempenho esportivo e prevenção de lesões, mas também taticamente. Por exemplo, o Big Data pode ser usado para analisar as habilidades e fraquezas do oponente. E também, para analisar possíveis novos jogadores a serem assinados, com menor risco de erro e garantindo que eles cubram as falhas da equipe.
Os dispositivos eletrônicos de uso (wearables) auxiliam neste tipo de monitoramento e são mais acessíveis aos praticantes de atividade física não-profissional. O que podemos levar em conta em relação a este tipo de tecnologia para o treinamento físico?
De fato, os artigos de uso são mais acessíveis à população não-profissional. Eles também têm aspectos muito positivos para melhorar o desempenho esportivo e promover hábitos de vida saudáveis.
Isto nos permite acompanhar nosso desempenho esportivo de forma fácil e acessível através de aplicações sincronizadas com estes artigos de desgaste. Da mesma forma, existem desde Smart Watches com um software muito simples, para quem quer manter um controle mínimo de seu estilo de vida e hábitos de atividade física; até monitores de frequência cardíaca para medir a frequência cardíaca, para quem deseja manter um controle mais rigoroso de seus treinos.