Pesquisadores encontram corelação entre níveis de testosterona e cortisol encontrados em mostras salivares com resultados do questionário elaborado pela Société Française de Médecine et du Sport, como marcadores do excesso de treinamento
Com um teste de saliva é possível monitorar, e com isso prever, o excesso de treinamento entre os jogadores de futebol de elite. Esta é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores internacionais que encontraram relação entre concentrações salivares de testosterona e cortisol com indicadores de síndrome de excesso de treinamento, em jogadores profissionais iranianos.
A síndrome de excesso de treinamento, conhecida pelo termo em inglês overtraining, é causada pelo desequilíbrio entre as horas de treino e as horas de recuperação e descanso. O atleta se sente fatigado por longo período de tempo e acaba diminuindo o próprio desempenho esportivo.
O estudo, publicado na Revista de Psicología del Deporte, destaca que apesar do aumento de pesquisas sobre esta síndrome em todo o mundo, ainda há uma lacuna sobre um padrão de diagnóstico. Entre os jogadores de futebol, que necessitam treinamentos intensos de forma constante, é mais difícil detectar a síndrome de maneira precoce, e preveni-la a tempo.
Também não há um consenso em relação ao número de jogadores de futebol de elite que apresentaram a síndrome, mas há estudos que indicam que mais de 50% destes atletas já foram diagnosticados em algum momento vivendo esta situação.
Variações hormonais como marcadores
Os pesquisadores analisaram 30 jogadores de futebol profissional masculino, do campeonato iraniano, que foram selecionados para participar de diferentes estudos. A partir de mostras salivares tiradas nos dias de descanso, os pesquisadores analisaram os níveis de cortisol e testosterona.
Os jogadores responderam também a um questionário elaborado pela Société Française de Médecine et du Sport que oferece valores de cansaço para atletas que levam treinamentos intensivos, após as respostas das 54 preguntas do questionário.
A associação foi positiva e os autores concluem que ambos instrumentos são válidos para analisar as condições de cansaço e diagnosticar a síndrome, entre os jogadores de futebol profissionais.
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