A saúde dos olhos é um aspeto fundamental do bem-estar geral das pessoas. Manter uma boa visão é fundamental para realizar as atividades diárias e desfrutar de uma boa qualidade de vida. Um estudo recente publicado no The Journal of Nutrition, intitulado «Pistachio Consumption Increases Macular Pigment Optical Density in Healthy Adults: A Randomized Controlled Trial», revela que o consumo de pistácios pode ter benefícios significativos para a saúde ocular.
Luteína e zeaxantina na saúde dos olhos
A luteína e a zeaxantina são compostos encontrados em vegetais e frutas, especialmente em vegetais de folhas verdes. Estes compostos acumulam-se na região macular da retina humana, onde são conhecidos como pigmento macular. Acredita-se que o pigmento macular fornece proteção contra os danos causados pela luz e melhora a função visual, prevenindo a perda de visão devido à degenerescência macular relacionada com a idade, uma das causas de cegueira nos adultos mais velhos.
Foi demonstrado que o aumento da ingestão de luteína e zeaxantina através de alimentos ou suplementos aumenta o pigmento macular. A biodisponibilidade destes compostos é influenciada pelo tipo de alimento em que se encontram, sendo mais biodisponíveis em alimentos ricos em lípidos, como os ovos e os pistácios. Ao contrário dos ovos, os pistácios contêm quantidades significativas de luteína. Estes frutos secos constituem uma fonte de lípidos, nomeadamente de gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas, o que os torna uma fonte biodisponível de luteína. Por conseguinte, é necessário estudar os efeitos dos pistácios na saúde dos olhos.
Como foi efectuado o estudo?
Foi realizado um ensaio aleatório controlado que envolveu 36 adultos com idades compreendidas entre os 40 e os 70 anos, sem quaisquer problemas oculares, e que se centrou na avaliação do efeito do consumo de pistácios na densidade ótica do pigmento macular (MPOD). Os participantes foram divididos em dois grupos: um que consumiu 2 onças (57g) de pistácios por dia durante 12 semanas e outro que manteve a sua dieta habitual. O MPOD dos participantes foi medido no início do estudo, às 6 semanas e no final das 12 semanas. Foram também analisadas as concentrações de luteína e zeaxantina no soro sanguíneo, dois pigmentos presentes nos pistácios que também contribuem para a saúde dos olhos.
Resultados excepcionais
O grupo que consumiu pistácios registou um aumento significativo do seu MPOD em todas as medições, tanto às 6 semanas como ao fim de 12 semanas. Por outro lado, o grupo que manteve a sua alimentação habitual não registou qualquer alteração no seu MPOD durante o período de estudo. Além disso, a concentração de luteína no soro sanguíneo seguiu um padrão semelhante ao do MPOD, enquanto a concentração de cis-luteína e zeaxantina não se alterou significativamente em nenhum dos grupos.
Estes resultados sugerem que o consumo de pistácios pode ser uma estratégia alimentar eficaz para preservar a saúde dos olhos. É importante salientar que este estudo foi realizado em adultos com uma ingestão habitualmente baixa de luteína e zeaxantina, destacando ainda mais a relevância dos pistácios como fonte destes nutrientes.
Em conclusão, os resultados deste estudo apoiam a ideia de que a inclusão de pistácios na nossa dieta pode ter benefícios significativos para a saúde dos olhos. No entanto, é necessária mais investigação para avaliar a generalização destes resultados a outras populações.
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