Duas equipes de pesquisadores identificaram grupos de neurônios que gerenciam a informação relacionada com os alimentos recebida pelo cérebro. Este seria o primeiro passo para desenvolver tratamentos que podem ajudar a reduzir a obesidade no mundo. Os cientistas indicaram que um grupo de neurônios que controla o apetite é ativado na área do hipotálamo quando a pessoa perde entre 5% e 10% do peso corporal. Mas sua pesquisa não se deteve a este ponto, conseguindo modificar a sensação de saciedade manipulando diretamente este grupo de neurônios.
Os cientistas publicaram suas descobertas em revistas especializadas. A equipe liderada por Bradford Lowell, da Escola de Medicina de Harvard, identificou os neurônios AgRP, células nervosas que detectam a falta de calorias e liberam substâncias que nos fazem sentir fome. Outra equipe de pesquisadores descobriu que o processo que inibe o apetite é controlado por uma proteína que foi batizada de MC4R. Estas descobertas podem transformar-se no pilar essencial de pesquisas que abririam as portas para o desenvolvimento de medicamentos que controlam o apetite e a obesidade.
Os pesquisadores identificaram as células que controlam a saciedade no hipotálamo, região do cérebro que regula os mecanismos de sobrevivência. Para identificar o funcionamento de todo o sistema, os cientistas modificaram alguns ratos geneticamente, inserindo neles um mecanismo que permitia ativar neurônios utilizando um laser azul que age sobre um implante de fibra óptica no cérebro, aliviando a ansiedade por comer. Estas descobertas permitirão desenvolver, mais adiante, medicamentos para controlar o apetite.
Scott Stemson, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, fez experimentos com a função dos neurônios AgRP e indicou que eles são ativados quando se perde entre 5% e 10% do peso corporal. Isto explicaria, de acordo com o médico, o fracasso das dietas, pois ainda que, no início de um novo regime, consiga-se perder peso, os neurônios AgRP são ativados para produzir a sensação de fome que faz com que voltemos a aquilo que o organismo considera seu peso normal.
Stemson indica que o organismo procura manter um peso equilibrado, nem muito magro, nem muito gordo, utilizando diversos mecanismos, alguns neurônios provocam a fome, produzindo uma sensação desagradável, e os animais aprendem a comer para silenciar este sinal. Os diversos mecanismos utilizados pelo corpo para assegurar a sobrevivência são complexos. Portanto, é necessário continuar investigando para desenvolver medicamentos que permitam controlar o apetite de forma efetiva.
Os estudantes dos mestrados e das especializações em nutrição da FUNIBER recebem os conhecimentos necessários para guiar seus pacientes na elaboração de dietas equilibradas que lhes permitam alcançar seu peso ideal.
Fonte:
El País
http://elpais.com/elpais/2015/04/28/ciencia/1430216589_346993.html
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