No município de Cedeño, no sul de Honduras, os lugares em que frequentavam alguns moradores já não existem. Foram derrubados pelo mar que sobe a cada ano uma média de um metro e 22 centímetros. Honduras é um dos país mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática.
Dona Alejandrina, de 70 anos, comentou para o jornal El País que já avisavam que um dia a cidade desaparecia. “Mas nunca imaginei que eu mesma a veria desaparecer”, afirma.
Os restos de telhados, casas abandonadas, pedaços de piscina e tijolos emergem na margem do mar. Na costa, postes de eletricidade que antes iluminavam o centro da cidade já tocam as ondas.
Nos últimos dez anos, eventos climáticos como furacões, tempestades e inundações afetaram profundamente Honduras. Assim como este país, Myanmar, Dominica e as ilhas caribenhas do Panamá estão em alerta e se estimam que vão desaparecer nos próximos anos.
O nível global do mar aumentou 1,7 milímetro por ano no século passado, e estima-se que em média os mares de todo o planeta podem ter subido aproximadamente 20 centímetros, desde o início da chamada Revolução Industrial, quando se iniciou um processo de fabricação a larga escala.
O painel de especialistas das Nações Unidas em Mudança Climática (IPCC) prevê que os oceanos subirão entre 70 centímetros e um metro, neste século.
No caso do município hondurenho Cedeño, estima-se que em 20 anos, 16% da cidade vai desaparecer, e estas mudanças poderão provocar problemas de saúde, êxodo e alteração no ecossistema local. O responsável pelo escritório de Mudança Climática de Honduras, Enoc Reyes, afirmou que esta situação é alarmante para o país.
“Nosso cenário não é como frear a mudança climática, e sim nos adaptarmos a ela”, explica se referindo ao caso hondurenho.
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Fonte: Mansões engolidas pelo mar são marco zero das mudanças climáticas na América Latina
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