Estudo analisa relação entre fuligem liberada por queimadas na região amazônica com o derretimento de geleiras nos Andes
Um estudo publicado na revista Scientific Reports alerta sobre os impactos dos incêndios que vem destruindo a floresta amazônica. Segundo os pesquisadores, a fuligem das queimadas se distribui pelo ar e alcança a cordilheira.
Com a presença desta fuligem sobre o gelo, aumenta-se a radiação solar e acelera o derretimento das geleira dos Andes.
Os pesquisadores analisaram os dados dos incêndios ocorridos neste século na região amazônica, especialmente entre os meses agosto e outubro, quando há a transição da estação, e a falta de chuvas impede que se limpe o ar da fuligem, produzida pelas queimadas.
Com a análise de trajetórias da fumaça, os pesquisadores criaram um modelo de deposição de partículas de carbono preto. Com este modelo, puderam aplicar sobre uma pequena mostra, a geleira Zongo, localizada na porção boliviana dos Andes, na cordilheira Real.
Os resultados sugerem que para cada metro quadrado de gelo em 2010, quando se realizou o estudo, havia uma camada de 1,17 miligrama de carbono preto. Com esta análise, puderam calcular uma estimativa que sugere que a fuligem pode ter reduzido em até 7,2% a capacidade do gelo de evitar o derretimento.
Os resultados sugerem a relação entre os incêndios com a mudança climática e outros efeitos ambientais.
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Fonte: Incêndios na Amazônia derretem geleiras andinas
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