O caminho deixado pela ambientalista Berta Vázquez em Honduras na defesa pela preservação ambiental permanece nas mãos de sua filha Berta Zúñiga
Berta Zúñiga assumiu a substituição de sua mãe, a ambientalista e fundadora do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) Berta Vázquez, para continuar com a luta pelos direitos ambientais de Honduras. Para realizar isso, solicitou a ajuda do prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi (Irã) e Tawakkol Karman (Lêmen), que realizaram em setembro, deste ano, uma visita a Honduras para conhecer as comunidades da etnia lenca onde foi realizado o projeto hidrelétrico de Água Zarca, ao qual Berta Vázquez se opunha.
A campanha que o COPINH começou há vários anos contra a instalação do projeto hidrelétrico Água Zarca, no rio Gualcarque, representou um antes e um depois na vida da ambientalista hondurenha. A razão disto é devido ao perigo que supõe ir contra esta multinacional, ao descobrir que esta campanha estava mudando poderosos interesses econômicos e políticos.
Apesar das ameaças e dos riscos que estavam correndo, Berta Vázquez não se rendeu e continuou na luta até que no dia 2 de março do 2016, a fundadora do COPINH apareceu morta em sua casa. Seu assassinato deixou claro que o trabalho estava realizando com o COPINH não agradava as elites hondurenhas. É por isso que o governo hondurenho não se pronunciou sobre a investigação do assassinato e apenas puniu os autores materiais do mesmo e não os chefes.
Este é outro estímulo que levou Berta Zúñiga a continuar o trabalho inicializado por sua mãe, procurando a justiça para evitar que crimes como este não passassem despercebidos. Por isso, os dois prêmios Nobéis da Paz, podem concluir sua visita a Honduras, em que viajou da Guatemala. Ali somou-se à delegação que investigará sobre a violência a mulheres defensoras dos direitos humanos nesse país.
Esta delegação foi denominada a Iniciativa das Mulheres do Prêmio Nobel da Paz. Em uma coletiva de imprensa que ocorreu no fim do passado, mês de outubro, foi denunciada a pouca ajuda e interesse que o Governo dispõe, tanto para proteger os meios naturais como para impedir, gerando, hoje em dia, uma elevação do índice de feminicídios, propiciado em muitos casos pelo machismo. O porquê deste desinteresse dos governos em erradicar este tipo de atividades criminosas, deve-se a grande corrupção que aflige desde partidos políticos, os quais estão mais preocupados pelo dinheiro do que em proteger os interesses de seus respectivos países.
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Fonte: La hija de Berta Cáceres dice a nobeles de Paz que la lucha ambiental sigue en Honduras
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