O máximo pontífice pediu aos cientistas que protejam nosso planeta da mudança climática
No último dia 8 de dezembro, o Papa Francisco fez um chamado aos cientistas do mundo para que trabalhem para proteger o mundo da mudança climática e proteger as pessoas de seus efeitos, como a pobreza ou os conflitos. O problema da sustentabilidade foi o tema central da última reunião sobre o clima dirigida pelo Papa, na que assistiram muitos vencedores dos prêmios Nobel e pesquisadores destacados. “Nunca antes houve uma necessidade tão clara de que a ciência fique ao serviço de um novo equilíbrio ecológico em âmbito mundial”, ressaltou o Papa.
O Papa, que é líder de 1,3 bilhões de católicos, esteve a cargo da assembleia da Academia Pontifícia de Ciências. Nesta reunião, Hans Joachim Schellnhuber, Diretor do Postdam Institute for Climate Impact Research (PIK), foi reconhecido como membro do corpo científico da Academia Pontifícia, que tem apenas 80 membros escolhidos por sua relevância.
Agora, é preciso que se desenvolvam mais pesquisas sobre o clima para assegurar que a espécie humana sobreviva. O líder máximo da igreja católica ressaltou que “estamos vendo uma aliança renovada entre os cientistas e as comunidades cristãs, que estão sendo testemunhas da convergência de diferentes aproximações à realidade (…) ameaçada por um colapso ecológico e pelo conseguinte aumento da (…) exclusão social”.
Desde a igreja, foi feito um chamado aos cientistas que trabalham livres de interesses políticos ou econômicos para que “exerçam uma liderança orientada a criar soluções gerais e específicas” para resolver problemas como a mudança climática, a escassez de água, a energia renovável e a segurança alimentar. O Papa indicou aos cientistas: “tornou-se em essencial a necessidade de criar, com a cooperação de vocês, um sistema normativo que inclua limites invioláveis”.
A resposta dos políticos em contexto internacional não conseguiu reverter o impacto da poluição ambiental. “A política internacional reagiu de forma muito branda, salvo algumas exceções, em obter uma orientação para a busca do bem comum”.
Hans Joachim Schellnhuber indicou o Papa Francisco durante seu encontro sobre a importância de que os líderes levantem sua voz neste momento. Além disso, o executivo do PIK indicou que “ao esquentar o planeta a um ritmo sem precedentes na civilização humana, estamos perto de alcançar alguns pontos de inflexão (ou pontos de não retorno) no sistema terrestre – o gelo da Groelândia pode derreter de forma irreversível, causando o aumento do nível do mar em vários metros, por centenas de anos. Há também alguns pontos de não retorno a nível social que poderiam iniciar algumas mudanças para a sustentabilidade, a qual também é reversível”.
O cientista Stephen Hawking tem escrito um estudo depois do encontro com a Academia Pontifícia, no qual indica que “estamos enfrentando incríveis desafios ambientais: mudança climática, produção de alimentos, superpopulação, declínio de outras espécies, doenças epidêmicas, acidificação dos oceanos”. O cientista ressaltou que é um momento em que devemos trabalhar juntos para proteger o planeta.
O anúncio do Papa expõe alguns desafios para os cientistas católicos: Qual deveria ser o papel dos cientistas diante do objetivo de desenvolver o bem comum da humanidade? Como administrar as patentes científicas de modo que o planeta se beneficie? Que mecanismos poderiam ser aplicados a comunidade católica para financiar pesquisas em relação ao meio ambiente? O tempo corre e são necessárias respostas urgentes.
Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER vem desenvolvendo pesquisas para melhorar as condições do ambiente das regiões em que é preciso desempenhar seu trabalho.
Fonte: PIK
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