O envelhecimento da população é um fenômeno global que coloca desafios significativos para a saúde pública. Neste contexto, as intervenções baseadas na natureza (NBIs, na sigla em inglês) surgiram como uma estratégia promissora para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Um estudo publicado na revista Age and Ageing explorou como essas intervenções impactam a saúde física e mental dessa população, analisando os diferentes tipos de métodos utilizados e os mecanismos por trás dos seus benefícios.
O impacto das intervenções baseadas na natureza
As NBIs incluem atividades como caminhadas em parques, horticultura, passeios na floresta e programas de exercícios ao ar livre. Essas atividades não só promovem a atividade física, mas também fomentam a conexão com o ambiente natural, o que pode reduzir o stress, melhorar o humor e fortalecer a saúde cognitiva. De acordo com o estudo, as NBIs podem ser particularmente eficazes para lidar com problemas como depressão, ansiedade e isolamento social, que são comuns em idosos.
Por exemplo, foi demonstrado que a horticultura melhora a coordenação motora, reduz os níveis de stress e promove um sentido de propósito nos participantes. Por outro lado, passeios na floresta e caminhadas em espaços verdes têm sido associados a uma diminuição nos níveis de cortisol, um hormônio relacionado ao stress, e a melhorias na pressão arterial e na função cardiovascular.
Como foi realizado o estudo
A análise baseou-se numa revisão sistemática de várias intervenções implementadas em diferentes contextos. Os investigadores avaliaram tanto os métodos utilizados como os resultados obtidos, considerando fatores como a duração das atividades, a frequência e o tipo de espaço natural envolvido. Além disso, foram analisados os mecanismos subjacentes que explicam os benefícios observados, como a redução da inflamação, a melhoria da neuroplasticidade e o fortalecimento das redes sociais.
Resultados principais
Os resultados do estudo destacam que as NBIs não só beneficiam a saúde física, mas também têm um impacto significativo no bem-estar emocional e social. Os participantes relataram maior satisfação pessoal, melhor qualidade de vida e maior conexão com a sua comunidade. Além disso, foram identificadas vias específicas através das quais estas intervenções geram benefícios, tais como a exposição à luz solar, o contacto com a biodiversidade e a promoção de atividades em grupo.
Por outro lado, os investigadores salientaram a importância de adaptar as NBIs às necessidades individuais dos participantes, considerando fatores como a mobilidade, as preferências pessoais e o acesso a espaços naturais. Isto é crucial para maximizar os benefícios e garantir a participação ativa dos idosos.
Implicações finais
Este estudo reforça a ideia de que intervenções que promovem o contacto com a natureza ou realizadas ao ar livre podem desempenhar um papel fundamental na promoção de um envelhecimento saudável. Para os profissionais de saúde e bem-estar, estas descobertas destacam a importância de integrar atividades ao ar livre e contacto com a natureza em programas concebidos para idosos.
Além disso, sublinha a necessidade de políticas públicas que facilitem o acesso a espaços verdes e promovam iniciativas comunitárias.
Continue a sua formação profissional
Se estiver interessado em aprofundar este campo e desenvolver estratégias inovadoras para melhorar a qualidade de vida dos idosos, o Mestrado em Gerontologia da FUNIBER é uma excelente oportunidade. Este programa permitirá adquirir conhecimentos avançados sobre as estratégias essenciais para conceber intervenções eficazes que beneficiem tanto a saúde mental como física dos idosos.