Previsões do peso global da doença para os próximos 30 anos

O peso da doença e os fatores que influenciam a saúde são temas de grande importância para os decisores políticos e o público em geral. Estes dados são essenciais para orientar a política de saúde a longo prazo, o planeamento e a atribuição de recursos.

Por conseguinte, a investigação publicada na revista The Lancet, intitulada “Burden of disease scenarios for 204 countries and territories, 2022-2050: a forecasting analysis for the Global Burden of Disease Study 2021”, apresenta uma “previsão de base” actualizada com base nos dados fornecidos no estudo Global Burden of Disease, Injuries and Risk Factors (GBD). A investigação alargou e melhorou as previsões do GBD a nível nacional para incorporar o peso das doenças não fatais e apresentar estimativas de anos vividos com incapacidade e esperança de vida saudável para 204 países. Apresenta também cenários alternativos que avaliam as trajectórias futuras mais prováveis do peso das doenças se determinados fatores de risco forem reduzidos até 2050.

Cenários alternativos para as previsões do peso das doenças

Os investigadores projectaram três cenários alternativos específicos que apontam para os ganhos em termos de saúde que poderiam ser alcançados se fossem tomadas medidas para reduzir ou eliminar a exposição a diferentes fatores de risco. Embora estes cenários representem magnitudes improváveis de redução do risco, fornecem informações valiosas. O primeiro cenário prevê a eliminação progressiva da exposição a água não segura, higiene e saneamento não seguros e poluição atmosférica doméstica até 2050.

O segundo cenário pressupõe a eliminação progressiva da exposição a problemas de saúde como o IMC elevado dos adultos, a hipertensão sistólica, os níveis elevados de colesterol LDL e os níveis elevados de glucose no sangue. Além disso, pressupõe o consumo de dietas mais saudáveis para reduzir o risco de doenças como o cancro, a diabetes, entre outras. Propõe-se também a redução do consumo de tabaco.

O terceiro cenário pressupõe que a exposição ao raquitismo infantil, à deficiência de vitamina A e de ferro, bem como ao aleitamento materno subaproveitado, diminuirá gradualmente até zero em 2050. Prevê-se também um aumento progressivo da cobertura vacinal para 100% em todos os locais até ao mesmo ano para vacinas como a vacina tripla bacteriana (DPT 3), a vacina meningocócica conjugada (MCV 1), a vacina contra o haemophilus influenzae (Hib), a vacina polissacárida pneumocócica (PVC 3) e a vacina contra o rotavírus.

Que cenário alternativo produziu os maiores benefícios?

Verificámos que as políticas centradas na redução da exposição a riscos metabólicos e ao tabagismo podem ter um maior impacto no peso global da doença, em comparação com as melhorias na subnutrição e nas taxas de vacinação infantil. Estas conclusões sublinham a importância de adotar abordagens políticas específicas adaptadas a situações particulares que abordem os riscos e os perfis de doença caraterísticos de cada região. No entanto, é fundamental considerar a exequibilidade e a viabilidade económica da implementação de intervenções específicas ao contexto. Deve também ter-se em conta que as populações diferem em relação aos fatores de risco que as afetam, como o aumento do atraso no crescimento nas populações jovens e com baixos rendimentos e o LDL elevado nas populações mais velhas e com rendimentos mais elevados.

Resultados globais mais relevantes da investigação

De 2022 a 2050, prevê-se que tanto a esperança de vida como o peso das doenças relacionadas com a idade melhorem a nível mundial. Prevê-se que o peso das doenças continue a diminuir no futuro, embora a um ritmo mais lento do que nas décadas anteriores. No entanto, as doenças não transmissíveis, como a diabetes, a doença cardíaca hipertensiva e a doença renal crónica, também aumentarão na maioria das regiões devido ao envelhecimento da população e ao aumento dos casos de obesidade e de perturbações metabólicas.

Em 2050, persistirá a desigualdade na esperança de vida e na carga de doenças. Em termos demográficos, prevê-se que o crescimento da população mundial abrande até 2050, exceto em algumas regiões, onde será substancial. A África Subsariana registará um crescimento populacional substancial, que colocará grandes desafios aos sistemas de saúde já sobrecarregados e aumentará também a escassez de alimentos e de água em regiões já vulneráveis às alterações climáticas.

Esta análise sublinha a importância de abordar o crescimento demográfico, bem como de reforçar as infra-estruturas e os sistemas de saúde para fazer face aos futuros encargos com doenças nestas regiões e noutras populações vulneráveis.

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Fonte: Burden of disease scenarios for 204 countries and territories, 2022-2050: a forecasting analysis for the Global Burden of Disease Study 2021