Um estudo inovador publicado na revista Nature revelou novas descobertas sobre as alterações moleculares que ocorrem no tecido muscular esquelético humano durante o envelhecimento.
A investigação, intitulada “Multimodal cell atlas of the ageing human skeletal muscle” (atlas celular multimodal do músculo esquelético humano envelhecido), tinha como objetivo compreender melhor a sarcopenia, que se refere à perda acentuada de massa e função muscular associada ao envelhecimento. A sarcopenia não só afeta a mobilidade e a autonomia das pessoas idosas, como também influencia a saúde sistémica global. O estudo analisou os perfis transcriptómicos e epigenómicos do tecido muscular esquelético em diferentes grupos etários e em ambos os sexos, fornecendo informações valiosas sobre a degeneração do tecido muscular no processo de envelhecimento.
Diminuição da disponibilidade devido ao envelhecimento
Como a esperança de vida continua a aumentar, é essencial desenvolver abordagens inovadoras para promover um envelhecimento saudável. O tecido muscular esquelético, devido ao seu papel fundamental no bem-estar geral, tem sido objeto de grande atenção. A perda de massa e de função muscular que ocorre com o envelhecimento coloca dificuldades físicas na realização das atividades diárias e desafios à saúde das pessoas, especialmente daquelas com mais de 80 anos. Esta condição afeta mais gravemente os músculos locomotores, levando a uma mobilidade e força comprometidas. Consequentemente, há uma necessidade crescente de compreender os fatores subjacentes à sarcopenia para melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas.
Explorar o envelhecimento muscular de uma forma multimodal
Esta investigação examinou de forma exaustiva as alterações moleculares associadas ao envelhecimento do tecido muscular esquelético humano. Através da análise dos perfis transcriptómicos e epigenómicos das biópsias musculares dos participantes, procurou-se obter uma compreensão mais profunda dos mecanismos intrincados da sarcopenia e do seu impacto nos indivíduos. Trinta e um participantes foram divididos em dois grupos etários: jovens e adultos com idades compreendidas entre os 15 e os 46 anos e idosos com idades compreendidas entre os 74 e os 99 anos de ambos os sexos. Isto representa de forma abrangente o processo de envelhecimento do músculo.
Para o efeito, os investigadores criaram um atlas multimodal para analisar a paisagem molecular dos músculos envelhecidos, analisando biópsias dos músculos esqueléticos locomotores dos participantes. Entre as medidas utilizadas para avaliar a funcionalidade muscular, as anomalias e os biomarcadores associados às comorbilidades eram indispensáveis. Curiosamente, o índice de Barthel, que mede a capacidade de um indivíduo para realizar actividades da vida diária e o grau de autonomia, apresentou uma correlação negativa com a idade, enquanto o índice de Charlson, que prevê a esperança de vida com base nas comorbilidades de uma pessoa, apresentou uma correlação positiva, indicando que a própria idade prevê níveis mais baixos de função muscular relacionada com as actividades diárias e riscos mais elevados de comorbidades crônicas, respetivamente.
Os resultados sublinham o papel fundamental destas células residentes na preservação da massa e da função muscular ao longo da vida. No entanto, o envelhecimento perturba a comunicação celular dentro da unidade do músculo esquelético, reduzindo a abundância relativa de tipos específicos de células e dificultando o potencial regenerativo das células estaminais musculares. Até agora, os mecanismos moleculares subjacentes a estes fenómenos, especialmente nos seres humanos, continuam a ser insuficientemente compreendidos, impedindo o desenvolvimento de estratégias terapêuticas específicas.
Isto abre vastas possibilidades para compreender e intervir na cascata degenerativa que afeta os idosos. Este conhecimento detalhado sobre a informação genética que acompanha o envelhecimento muscular estabelece as bases essenciais para as intervenções terapêuticas necessárias e tem como objetivo reduzir a sarcopenia e promover um envelhecimento saudável.
O atlas celular multimodal criado por este estudo pioneiro ajuda a aumentar a compreensão dos processos de envelhecimento no tecido muscular esquelético humano e apresenta um enorme potencial para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas direcionadas. Ao destacar a comunicação crítica e a dinâmica celular no músculo, esta investigação melhora a compreensão da sarcopenia e abre novas possibilidades para intervenções inovadoras e melhores cuidados para as pessoas idosas em todo o mundo. Ao aprofundar este conhecimento inestimável, espera-se redefinir o envelhecimento não apenas como uma fase, mas como uma etapa vibrante da vida, cheia de força e vitalidade.
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Fonte:Multimodal cell atlas of the ageing human skeletal muscle