A demência é considerada fundamentalmente uma desordem da memória, que ao manifestar-se apresenta sintomas de caráter neuropsiquiátrico que podem criar dificuldades no desenvolvimento social ou ocupacional das pessoas que padecem da enfermidade. Identificou-se que os sintomas de depressão são muito comuns em pacientes com demência e podem apresentar-se nas primeiras etapas da enfermidade.
Uma equipe de pesquisadores publicou na revista European Geriatric Medicine uma revisão de documentos orientada a descrever a depressão observada em pacientes com demência. Pesquisou-se no Medline e Google Scholar para identificar artigos, estudos ou livros publicados antes de 2014 sobre o tema. Para realizar a busca utilizaram-se os seguintes termos: depressão, demência, sintomas psicológicos e comportamentais da demência, mal de Alzheimer, demência com corpos de Lewy, doença de Huntington, mal de Parkinson e demência, e demência vascular. As publicações encontradas através das pesquisas mencionadas foram analisadas para encontrar outras referências relevantes.
A depressão e a demência são comuns em pessoas adultas e a associação entre essas enfermidades resulta complexa. Até o momento, a prevalência constatada de depressão ou sintomas de depressão em pacientes com demência foi variável, devido a fatores como métodos de avaliação, critérios de diagnóstico, etapas da demência, entre outros.
Os pesquisadores identificaram que há pouca evidência empírica que permita guiar os médicos na seleção de um tratamento quando se apresentam as duas enfermidades. A comorbilidade da depressão complica o diagnóstico e afeta os resultados de um tratamento, reduzindo a qualidade de vida do paciente e de seu cuidador. Incrementaram-se a quantidade de casos nos que coexiste a depressão e a demência, tendo como consequência um aumento na frequência de uso dos serviços de saúde, e o conseguinte custo.
Os estudos realizados em torno de enfermidades como a depressão e a demência são de especial interesse para os estudantes do Mestrado em Gerontologia da FUNIBER. É necessário um maior conhecimento do desenvolvimento das enfermidades mentais em pessoas da terceira idade para poder criar estratégias e tratamentos que permitam melhorar a qualidade de vida das pessoas que apresentam estes sintomas.
Fonte: http://fnbr.es/1ja
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