Terezinha Lima da Silva, para a conclusão do Mestrado em Gerontologia da FUNIBER, realizou uma pesquisa sobre o perfil econômico que terão os futuros idosos de Manaus a partir de 2030 e identificou, a partir da análise da situação atual, as possíveis ações que poderiam proporcioná-los um envelhecimento ativo e de qualidade.
A dissertação, orientada pela professora Lídia Maria Henriques Rego, é o resultado de uma pesquisa feita com 2.500 adultos da zona urbana da cidade de Manaus, na faixa etária entre 30 e 59 anos, na Universidade Aberta da Terceira Idade – UnATI/UEA, com o apoio da FAPEAM, para observar as condições sociais e de saúde em que vivem atualmente e identificar os problemas que poderão afetar sua velhice. Em função do tipo de contribuição previdenciária e de atividade profissional que desenvolvem hoje em dia, Terezinha fez uma estimação do perfil econômico que terão quando idosos, a partir de 2030.
Um dos objetivos dessa estimativa foi identificar os problemas que estes idosos provavelmente terão e recomendar as medidas necessárias para solucioná-los, por meio de políticas públicas e previdenciárias desenvolvidas em prol do aumento da qualidade de vida dessa população.
Perfil dos futuros idosos
A característica mais importante identificada pela pesquisa foi que 68,7% dos entrevistados estão à margem da Previdência Social: 45,6% são autônomos; 8,4% estão desempregados; 7,5% são assalariados sem carteira assinada; 0,4%, estudantes; e 6,8%, donas de casa. Além disso, 12,8% dos entrevistados declararam não possuir nenhuma fonte de renda, mesmo estando em uma faixa etária economicamente ativa. A falta de contribuição atual é um indicador da possibilidade de viver problemas econômicos no futuro.
Como elementos que afetam as questões da não contribuição e da aposentadoria na terceira idade, Terezinha aponta três fatores fundamentais. O primeiro é o socioeducacional, que demonstra um baixo nível educacional da população, levando ao desconhecimento sobre suas necessidades futuras e a dificuldades no planejamento de um envelhecimento saudável. O segundo fator é a desvalorização que sofrem os idosos com pouca ou nenhuma renda, gerando exclusão social. E, por último, o fator legal, que gera uma grande expectativa em torno da aposentadoria como possibilidade de afastamento definitivo do trabalho e de sustento durante o resto da vida.
Recomendações
Para evitar um envelhecimento precário, Terezinha faz uma série de recomendações. A primeira é a regulamentação e fiscalização do Sistema de Seguridade Social brasileiro, já que aponta um nível elevado de incumprimento das leis regulatórias previdenciárias. Sugere, inclusive, a necessidade de um redesenho do atual sistema nacional de aposentadoria, para que seja capaz de proporcionar um adequado nível de suporte para os idosos sem impor uma esmagadora carga nos jovens.
Uma segunda recomendação é melhoria do padrão de vida dos jovens, com uma melhor qualificação Educacional para que tenha acesso a melhores cargos e salários no mercado. Como alternativa, sugere a criação de um sistema voluntário privado de pensões complementares de capitalização, para melhorar o salário mínimo e alavancar o sistema de recolhimento dos impostos pelos jovens para a Previdência Social.
Como conclusão, Terezinha indica que muitas dos problemas que impactam negativamente a saúde dos idosos e o sistema de saúde pública poderiam ser evitadas com uma educação voltada para o envelhecimento, visando à economia de recursos e de saúde para um envelhecimento saudável e de qualidade.
Frente à praticamente inexistência de pesquisas na Região Norte do Brasil sobre o envelhecimento, a ex-aluna da FUNIBER trouxe uma contribuição a este campo, indicando as medidas que devem ser tomadas para não comprometer a saúde financeira dos futuros idosos de Manaus e que não tenham que, futuramente, depender exclusivamente da assistência social ou viver em situação de vulnerabilidade social.
Leia a tese completa em: http://fnbr.es/1dy
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