Como desenvolver o pensamento crítico construtivo

O professor Francisco Esteban é doutor em Pedagogia e Filosofia e pesquisador sobre a formação ética dos profissionais da educação e sobre a filosofia da formação universitária. O teórico publicou recentemente um artigo em que reflexiona sobre a formação do pensamento crítico entre jovens, na página The Conversation.

“O espírito crítico nos libera da ignorância, ou seja, de qualquer pessoa ou coisa que pretenda pensar por nós, e já sabemos que estamos rodeados de pessoas e dispositivos tecnológicos dispostos a tal coisa”, afirma o professor Esteban.

Ele destaca a importância dos profissionais do futuro, que agora se encontram nas escolas e universidades, possam desenvolver este espírito crítico, seja qual seja a profissão. Para isso, devemos repensar a educação e as políticas, para valorizar mais os espíritos críticos do que aqueles que bajulam ou imitam a famosos.

Tanto o professorado como as famílias devem fomentar um exercício que cultive estas competências. Mas há limitações, e ele analisa três:

  • O espírito crítico é o conjunto de opiniões defendidas por uma pessoa. Muitas vezes, um aluno não está em condições de assumir algumas posições de protagonismo porque necessita desenvolver tanto intelectualmente como moralmente. Com isso, evita-se formar “opinólogos”, em palavras de Esteban, “um individuo convencido de que sua opinião é tão válida como a de qualquer pessoa.

Afirma Esteban que “para opinar antes tem que conhecer”, o que requer um amplo caminho de leituras e reflexões, diálogos e contrastes de opiniões.

  • O espírito crítico é o domínio e o conhecimento do que se constrói hoje e agora. Algumas das perguntas mais comuns estimuladas aos jovens se referem às demandas profissionais que possam gerar respostas eficazes e úteis. Porém, há algumas perguntas mais profundas que indagam quem somos e em que mundo vivemos.

Para buscar estas perguntas, é importante consultar às obras clássicas da literatura e das artes. “Por muito que nos custe acreditar, um espírito crítico sem clássicos anda a cegas, se é que realmente anda, e é estranho que os universitários estudem sem ter um primeiro curso de artes liberais, de grandes ideias, humanidades, cultura geral e como queira chamar”, comenta.

  • O espírito crítico se demonstra de muitas formas, vai com o caráter de cada um. Apesar de ter hoje em dia muitas formas de apresentar nossas ideias, seja através de meios de comunicação massivos ou das redes sociais, há muitas maneiras mais humildes para desenvolver diálogos que permitam filosofar com delicadeza, com prudência e respeito.

A FUNIBER patrocina diversos programas universitários com o objetivo de oferecer aos profissionais possibilidades para continuar formando-se, como por exemplo o Mestrado em Docência Universitária

Fonte: Cómo fomentar el espíritu crítico en los jóvenes sin convertirlos en opinadores de todo

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