A série catalã Merlí mostra como um professor de Filosofia instiga seus alunos a questionarem conflitos vividos, e aproxima a escola ao interesse estudantil
“Hoje, o problema grande do ensino médio é esse: ele está muito afastado da vida. Na verdade, esse é o grande problema da educação”, afirma o ex-ministro de Educação no Brasil, Renato Janine Ribeiro. Ele indica a série Merlí, produzida na Catalunha, como um ponto de partida importante para uma série de questionamentos sobre o ensino médio, especialmente no que se relaciona às áreas de humanas.
Ribeiro é professor de Ética e Filosofia na Universidade de São Paulo. No artigo publicado no site Porvir, ele destaca a série “Merlí” como um debate interessante de como podemos ligar a filosofia à vida, de maneira criativa e instigante, nas salas de aula. O nome se refere ao professor que tenta ensinar seus alunos através do questionamento.
Os alunos, que vivem uma fase de mudanças, necessitam avaliar os conflitos vividos, interpretá-los e construir um sentido para que aquilo possa oferecer respostas ao crescimento como pessoas e cidadãos.
“O professor é extremamente iconoclasta”, afirma o ex-ministro. “Ele questiona as regras, tanto as injustas quanto as justas. O interessante é que ele não está fazendo uma pregação da desobediência. Ele está mostrando que a filosofia é um espaço de questionamento. Muita coisa, que pode ser até mesmo correta, deve se passar primeiro pelo crivo do questionamento”, explica.
O ex-ministro recomenda a série especialmente que quem trabalha com jovens, com filosofia e com ensino médio. Se queremos que os alunos não vejam a escola como um espaço aborrecido, é importante analisar o modelo de escola da série, para repensar como podemos fazer com que os jovens gostem de aprender.
Os professores interessados em desenvolver mais habilidades para a docência podem se capacitar com o Mestrado em Educação, patrocinado pela FUNIBER.
Fonte: Série Merlí, da Netflix, mostra como conectar ensino médio à vida do jovem
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