Conferência em evento de inovação educativa traz relato de experiência de uma escola brasileira que implantou um projeto de ensino sócio-emocional
O gestor do Colégio Estadual Chico Anysio, uma escola integral no Rio de Janeiro que se tornou referência em inovação na cidade, Willmann Costa, abordou, numa conferência ocorrida em abril de 2017, como desenvolver as competências para o século 21 na escola. O encontro com o gestor aconteceu durante o evento “Transformar 2017”, promovido por Inspirare/Porvir, Fundação Lemann e Instituto Península.
O diretor da escola ressalta alguns problemas comuns detectados na área de educação no Brasil:
- Evasão escolar
- Alunos insatisfeitos com a escola
- Professores insatisfeitos com os alunos
- Alta taxa de reprovação de estudantes
Willmann Costa destaca que quando se reprova um aluno, reprova-se também a escola, o professor, a família. Toda a estrutura que deve apoiar o desenvolvimento do estudante.
Ele conta que devido a esses problemas, o governo realizou uma parceria para instalar metodologias de ensino sócio-emocional na escola.
A escola começou a desenvolver esse programa em 2013, e teve que passar por um período inicial de formação e adaptação do novo modelo. “Nós trabalhamos de maneira intencional, e não vai com a intuição”. Assim, propôs-se o seguinte modelo em dois bloques de atuação: um enfocado à integração entre as ações docentes e outro destinado ao ensino sócio-emocional.
No primeiro enfoque, as matérias de base comum foram divididas por área de conhecimento. Agora, os professores de cada área devem se reunir, conversar e entrar em acordo para que as aulas estejam mais conectadas e coerentes com a vida dos alunos.
Já para trabalhar o lado sócio-emocional, o gestor destaca alguns campos desenvolvidos em pequenos projetos: Projeto de Vida, Projeto de Pesquisa e Iintervenção e Projeto Estudos Orientados.
No Projeto de Vida, o professor deve encontrar um espaço para conversar, de forma livre, com os professores. Eles devem expressar neste espaço questões pessoais sobre gostos, pensamentos, sentimentos que os alunos têm com as aulas.
Já no Projeto de Intervenção e Pesquisa, os alunos devem escolher um tema para pesquisar e propor uma intervenção na escola. Ao longo do projeto eles devem aprender a elaborar uma ideia de intervenção em grupo e conseguir que seja aprovada por uma banca interna formada por membros da escola. “Com isso, conseguimos desenvolver o protagonismo deles”, afirma Willmann Costa.
E um terceiro projeto chamado de Estudos Orientados, quando o aluno estuda e aprende a aprender. Qualquer professor pode acompanhar a ajudar o aluno a aprender, através da maneira que se pode aprender, e não sobre o conteúdo em si.
O programa conseguiu desenvolver algumas competências consideradas fundamentais para atender às demandas sociais dos próprios jovens e da sociedade que o rodeia:
- Autoconhecimento
- Responsabilidade
- Colaboração
- Comunicação
- Criatividade
- Pensamento Crítico
- Resolução de problemas
Veja a conferência completa:
Para os docentes interessados em conhecer outros métodos e competências que se devem trabalhar nas salas de aula, para a capacitação profissional, recomendamos o estudo dos programas de Formação de Professores, patrocinado pela FUNIBER.
Fonte: Willmann Costa – É possível desenvolver competências para o século 21 na escola – Transformar 2017
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