O exercício de se autoavaliar pode ajudar o professor em vários âmbitos, tanto na avaliação de sua atividade docente como na aprendizagem de seus alunos e na evolução dos centros educativos em que trabalha. No entanto, podem surgir muitas perguntas durante o processo. O que deve ser avaliado: a aprendizagem ou o ensino, os processos ou os resultados, a metodologia ou o ambiente escolar? Quando e como deve ser feita a autoavaliação? Para que serve? Os alunos devem participar? Que critérios devem ser utilizados?
Por mais difícil que possa parecer, trata-se de uma atividade fundamental para que a prática em sala de aula melhore, a partir do questionamento constante das estratégias de ensino. Nesse processo, o docente pode avaliar: atitude frente ao conhecimento, desempenho profissional, planos de trabalho, estratégias de ensino e aprendizagem, aspectos sócio éticos (relações, vínculos, clima), aspectos organizativo-administrativos, relação entre professor-aluno e vínculos fora de sala.
No entanto, é importante estar atento a alguns detalhes que podem interferir na autoavaliação, como a falta de objetividade, a falta de confiança na própria autoavaliação, a falta de formação para se autoavaliar, a ausência de cultura institucional e a tendência de centrar a análise unicamente em aspectos externos ao invés de analisar também determinados aspectos pedagógicos.
Dicas para a autoavaliação
De acordo com a educadora Celeste Vázquez, em artigo publicado na Revista Vinculando, qualquer processo de autoavaliação deve ter os seguintes requisitos:
- Utilidade: a avaliação deve ter um objetivo e deve acontecer em um momento adequado.
- Factibilidade: os critérios aplicados devem ser claros e simples.
- Clareza: deve-se saber com clareza o que e para que um aspecto é avaliado.
- Avaliação e qualidade educativa: deve existir relação entre elas, a primeira deve assegurar a existência da segunda.
- Prospectiva: a análise tem que olhar para o futuro e deve prever o que será feito com a informação e as análises realizadas.
- Processual: respeitar todas as partes do processo para compreender os resultados.
Além disso, Celeste indica que o professor deve adotar algumas posturas para que a autoavaliação dê certo:
- Adotar uma visão global filosófica que examine os mitos que rodeiam a autoavaliação.
- Usar materiais de apoio (gravações, vídeos, etc.).
- Identificar capacidades e comportamentos pedagógicos básicos para uma análise posterior.
- Identificar elementos de carácter verbal e não verbal.
- Planificar e avalie os comportamentos pedagógicos
- Utilizar registros de observação.
O incentivo à revisão permanente das práticas contribui para o aprimoramento da atividade docente e, por isso, o exercício de autoavaliação deve ser uma atividade permanente no processo de formação continuada do professor. Por isso, os alunos do Mestrado em Educação da FUNIBER, na espacialização de Formação de Professores, tem a oportunidade de conhecer diferentes formas de avaliação para analisar as práticas e metodologias aplicadas e suas consequências em sala de aula.
Fonte: http://fnbr.es/1nn
Foto: Domínio público