Como se processa a linguagem? A partir do intelecto ou do emotivo? O pesquisador brasileiro Fabiano Lemos, no artigo “O sol negro da linguagem: Nietzsche, Foucault e a questão do sentido“, interpreta as obras destes dois filósofos que analisaram o conceito de linguagem.
No final da década de 60, grandes pensadores se despontaram das escolas franceses para responder ou indagar sobre a linguagem e a influência nas ciências humanas. Muitos destes foram designados como estruturalistas porque analisavam as obras culturais a partir de uma estrutura técnico-pragmática. Os trabalhos usavam como referência o modelo do linguista Ferdinand Saussure e do antropólogo Claude Lévi-Strauss.
Michel Foucault com o seu livro “A Arqueologia do Saber” trouxe algumas análises novas sobre o estruturalismo a partir da leitura de um filósofo anterior: Nietzsche, baseando-se principalmente na obra “Sobre verdade e mentira” que reflexiona sobre a impossibilidade de haver uma verdade universal na história humana. Isto porque o intelecto humano estaria menos interessado na verdade como conhecimento e mais na sobrevivência.
A análise de Foucault, ancorada também na obra de Nietzsche, permite ressaltar as formas de violência e dominação existentes na linguagem e a necessidade de interpretá-las, e questionar as unidades de análise no estruturalismo.
Mas Nietzsche tem um papel ainda mais importante para o estudo da linguagem, ele valorizou melhor as dimensões da fala, da escrita, da escuta e da leitura em sua época. Foi professor de Filologia, na Universidade de Basileia, em 1869, e apresentou em outras obras como “o Nascimento da Tragédia”, considerações sobre a linguagem a partir de uma concepção mais mitológica, numa relação criativa entre a pessoa e a língua, mais relacionada à intuição e emoção que à ciência.
A filosofia da linguagem foi considerada importante por vários filósofos, desde Platão, Schopenhauer, Kant, Umberto Eco e Wittgenstein, entre outros que analisaram a importância entre o sentido e a verdade. Em seus estudos na FUNIBER, como a linguagem se relaciona com a sua área e o conhecimento?
Fontes: http://fnbr.es/1bq, http://fnbr.es/1br, http://fnbr.es/1bs