Racismo e ética no esporte

Em muitos países, históricamente, o esporte foi formado por uma elite econômica capaz de dedicar-se aos treinos esportivos. Entretanto, algumas modalidades conseguiram tornar-se populares e alcançar as camadas mais diversas da população.

Um exemplo é o futebol. Como um esporte que exigia poucos recursos para a prática (um campo e uma bola), muitos jovens, independentemente de suas situações socioeconômicas, puderam desenvolver habilidades e alcançar espaços de destaque no cenário internacional.

Porém, a sociedade não deixa de avaliar estes esportistas a partir do prisma do preconceito racial. Há uma série de eventos em que torcedores se manifestam de maneira racista em campo. Os meios de comunicação reforçam alguns valores às vezes de forma sutil, às vezes, explicitamente.

Em 2004, a Fifa apresentou o Código de Ética proibindo “dirigentes, jogadores e agentes de agir de forma discriminatória em relação a etnia, raça, cultura, política, religião, gênero ou idioma”, código esse atualizado em 2020, indicando algumas multas e a interrupção de práticas esportivas em caso de violação de algum direito referido no documento.

Racismo e ciência do esporte

Gavin Evans, que é branco, cresceu na África do Sul durante o apartheid. Como ele escreve em seu livro Skin Deep, buscou combater o racismo através da escrita. No livro, o escritor e palestrante de mídia analisa os argumentos usados para justificar o racismo no esporte.

Numa parte do livro, ele comenta sobre o sucesso dos maratonistas quenianos em competições globais é brilhante e destrói a ideia de explicações genéticas para as conquistas esportivas de qualquer região.

Alguns especularam que os quenianos podem ter, em média, pernas mais longas e finas do que outras pessoas, ou diferenças nas funções cardíaca e muscular. Evans observa, no entanto, que não fazemos tais generalizações sobre atletas britânicos brancos quando eles se saem desproporcionalmente bem no atletismo global.

“Tais reivindicações de proeza atlética são essencialismo biológico preguiçoso, fortemente dopado com racismo”, afirmou Angela Saini, em sua resenha sobre o livro para a revista Nature.

Políticas de diversidade para clubes e centros esportivos

O racismo é uma forma de racionalizar preconceitos de longa data, oferecendo argumentos para evitar a igualdade de oportunidades. A sociedade deve buscar constantemente revisar estes preconceitos.

Pensar as políticas para os clubes, com normativas específicas, é uma das estratégias que se podem elaborar para uma observação permanente sobre as ações dentro das equipes esportivas.

 

A FUNIBER promove estudos na área do esportes, com programas como:

 

 

Fontes:

Sports and IQ: the persistence of race ‘science’ in competition

Racismo no futebol: como a legislação esportiva aborda as questões raciais?

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