Pesquisa analisa os fundamentos da ginástica abdominal hipopressiva; aponta alguns benefícios, mas ressalta a necessidade de mais estudos
Uma técnica vem crescendo como condicionamento físico. Chamada de ginástica abdominal hipopressiva, a prática consiste na tonificação da musculatura abdominal, do assoalho pélvico e dos estabilizadores da coluna. Os pesquisadores espanhóis Cabãnas Armesilla e Chapinal Andrés realizaram uma pesquisa sobre os estudos publicados sobre a ginástica para avaliar se a prática é fundamentada.
Na Espanha, em 2007, a ginástica abdominal hipopressiva começou a ser aplicada como alternativa a outras propostas como os métodos mais tradicionais de exercícios abdominais ou do método Pilates. Entretanto, faltam estudos sobre a prática para saber quais os benefícios e possíveis efeitos para quem a faz.
A pesquisa recompila estudos sobre a prática e aponta alguns fundamentos importantes:
Origem
As técnicas hipopressivas foram criadas por Marcel Caufríez, doutor em Ciências da Motricidade como terapia de recuperação após o parto. Em 2006, desenvolveu as técnicas aplicadas ao esporte e ao fitness.
Princípios técnicos dos exercícios
A ginástica hipopressiva abdominal engloba exercícios de postura para diminuir a pressão intra-abdominal, junto a exercícios respiratórios.
Pautas técnicas
A ginástica hipopressiva consiste em:
- Inspirar normalmente e após soltar o ar completamente, contrair o abdômen até sentir os músculos abdominais sendo “sugados” para dentro, como se quisesse encostar o umbigo nas costas.
- Deve-se manter esta contração, inicialmente entre 10 a 20 segundos. Com a prática poderá ir aumento o tempo sem respirar.
- Após a expiração, encher os pulmões de ar novamente e relaxar, voltando ao ritmo respiratório normal.
Estes exercícios podem ser repetidos 3 vezes, e podem ser realizados deitados, sentados, de joelhos no chão ou levemente inclinados de pé.
Benefícios
Alguns estudos apontam uma melhora no sistema de propriocepção do corpo, que é a capacidade que temos de reconhecer nossa posição e orientação espacial a partir do equilíbrio muscular e de postura. De acordo com Caufríez, a ginástica hipopressiva estimula este sistema ao praticar diferentes posições.
A prática também aponta uma melhora no sistema que regula a respiração a partir dos movimentos de contração e expiração, e do trabalho realizado pelo diafragma.
Contradições
De acordo com o estudo, há, no entanto, algumas discrepâncias sobre os fundamentos que deveriam ser pesquisados. Os estudantes da área de Esporte da FUNIBER devem buscar contrastar os estudos para garantir a prática saudável da atividade física.
No estudo, os pesquisadores espanhóis apontam por exemplo contradições sobre os estímulos da prática da ginástica hipopressiva sobre os centros expiratórios e inspiratórios, a relaxação postural do diafragma e a relação entre a tonificação priorizada dos músculos tipo I do assoalho pélvico para prevenir a incontinência urinária.
Mas apesar da falta de estudos, sugere que a aplicação da prática pode ajudar à recuperação após o parto, e fortalece a musculatura abdominal e do assoalho pélvico.
Fontes: http://fnbr.es/2o1, http://fnbr.es/2o2
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